A Patagônia Chilena, tanto a nível continental como insular, tem uma mesma particularidade, distinta e própria do lugar, O DESPRENDIMENTO.
Observa-se uma desunião, uma separação do que estava unido, os elementos vivem em constante alteração. O desprendimento gera fendas, isolamentos, torções, novas tensões. Os Glaciares se desprendem de grandes massas de gelo, as árvores inclinam-se pelos ventos, as ilhas vivem separadas da terra, rodeadas de água, a geografia é o reflexo de uma erosão enérgica.
Desta forma a obra é gerada a partir da interação das forças do meio natural, refletindo assim o desprendimento de seus elementos. A obra recolhe e utiliza os elementos da natureza como energia vital, dando conta das características do território.
Aplicaram-se princípios de projeto sustentável, os que são reconhecidos através da ganancia solar (não encontrei o termo em português) interna, geradora de luz natural nos espaços interiores, como também nos elementos que conformam a estrutura já que podem ser reutilizados, assegurando uma larga vida para os materiais empregados nesta obra.
Observa-se também a água em seus distintos estados e se recolhe um em particular encontrado no lugar: a água congelada produz uma forma única e própria. Esta forma é materializada na estrutura, nos grandes vitrôs e na morfologia dos solos.
Sua materialidade é própria da história moderna da Patagônia: um material resistente, flexível, econômico e de pouca manutenção capaz de suportar as extremas condições climáticas.
O plano incorpora um museu que aborda a história, geografia e outras disciplinas locais, artísticas, artesanais, etc., com o objetivo de passar aos visitantes todas as virtudes e qualidades de um dos lugares mais puros, virgem e descontaminados do mundo.
- Cliente: Patagonia Mineral S.A. – Agua Mineral Aonni
- Construção: 2008