Inspirado no tema da Expo 2015 de Milão - ”Alimentar o Planeta, Energia para a Vida” - a ideia de recriar uma estufa para as Áreas de Serviço parecia, para nós, natural e espontânea. Esse método de construção nos lembra o Palácio de Cristal, projetado e construído para a Exposição Universal de 1851, em Londres.
Foi Joseph Paxton, famoso fabricante de estufas e jardins, para fornecer a variante do projeto básico que permitiu uma execução mais rápida, fazendo uso de pré-fabricados e componentes de série. A primeira Expo foi uma celebração de modernas técnicas industriais. Da mesma forma, a Expo 2015 e os seus edifícios são uma “celebração” de novas tecnologias, mas em termos de sustentabilidade social, estética, técnica, ambiental e energética.
A forma de teto alongado e agudo do edifício, típico de estufas, lembra-nos tanto a tradição industrial de Milão, com seus armazéns, como a agrícola, com a sua “Cascine”. O uso desta seção, também é apoiado por dois fatores: a redução do envelope e uma maior eficiência estrutural. Um perímetro inferior significa uma redução do volume de ar ao calor e frio e, a quantidade de material utilizado. O regime triangular fornece um comportamento estático melhor, uma distribuição nivelada de cargas e, consequentemente, o uso de perfis mais finos.
A intervenção baseia-se na aplicação de tecnologias passivas, para alcançar uma identificação completa entre o dispositivo energético a e estrutura. O conforto termo-higrométrico é conseguido através de ventilação natural, iluminação natural e sombreamento seletivo. O invólucro do edifício funciona como uma pele natural que protege, controla e regula a temperatura de evaporação. É o elemento chave, no qual se baseia o impacto visual e que deve informar e atrair visitantes para o local. Optamos por um revestimento multi-folha de policarbonato por suas propriedades de isolamento térmico, permeabilidade de luz e beleza.
A pele é constituída por uma camada dupla de revestimento multi-folha de policarbonato, com uma câmara de ar entreposta. Nesta cavidade há circulação de ar natural, devido ao movimento de convecção produzida pela presença de aberturas no topo e na base do invólucro. Isto ajuda a remover o calor acumulado pela radiação solar na camada externa, também melhorando as propriedades do muro de isolamento térmico durante o período de inverno, e durante a noite, mantendo a inércia térmica do edifício.
