O jardim fechado, Rob Aben, Saskia de Wit
A grande inundação de Mumbai e seus arredores no ano de 2005 determinou a linha mais alta da água, onde a casa foi situada. A linguagem e a lógica da construção são encontradas em três movimentos arquitetônicos principais. O primeiro é a criação de dois blocos distintos, que variam de largura, separados pelo pátio de pedra, e que se unem através do plano de cobertura de cobre no nível superior.
No térreo, uma dala de estar interior é convertida em um complemento da sala de estar principal, que não tem a contenção dos outros espaços mais privados. Este espaço funciona como o espaço central da habitação, com vistas da paisagem e do pátio, gerando uma simultaneidade de perspectivas, cada uma de diferente escala e acesso.
Os espaços privados cobertos de cobre no nível superior são dispostos em uma tensão mútua, com a garantia da intimidade e do isolamento simultâneo, essencial para um interior doméstico.
Essa estratégia espacial também permite diferentes níveis visuais de comunicação, entre os espaços superior e inferior da casa. Em Keral, ao sul de Mumbai, na costa oeste da península da Índia (como em muitas outras regiões), o pátio era o centro da casa tradicional.
A sala central formada pelo pátio ladeado por pilares se chamava naalukettu. No entanto, toda a estrutura, que compreende a sala central e as quatro alas ao redor, também é conhecida como o naalukettu. Esta referência ao pátio é a chave para o desenvolvimento do projeto da habitação.
Finalmente, projetou-se estratificando a luz através de uma série de gestos materiais, cada um ajustado à direção e orientação da luz e às necessidades de transformar os graus de privacidade. Isso é articulado por uma malha fina feita a mão, enquadrada em madeira tradicional, vidro estriado, que difunde a luz, e vegetação, além de janelas de correr e persianas dobráveis de madeira.
As paredes tem o acabamento em gesso tradicional, da cor Celadón, suave e delicada como o esmalte da antiga porcelana chinesa, dando a aparência transitória de um recipiente de cerâmica fragmentado retilíneo e coberto com uma tampa de cobre. O plano de cobre contínuo traz um dado secundário para a casa, convertendo-se em uma superfície de potencial ocupação e a tampa.
Também se inclui a água como elemento, respondendo à chuva e através do poço e a piscina. Os pavimentos são trabalhados de uma forma linear contínua e em um anel solto ao redor da casa, com ondulações que registram o fluxo da água da chuva que se desloca ao ponto de evacuação.