A Capela do Monastério Beneditino da Santíssima Trindade de Las Condes, apreciável de distintos pontos da zona leste de Santiago do Chile, é um volume branco, localizado ao pé da colina Los Piques. Foi projetada por dois então jovens arquitetos, Gabriel Guarda e Martín Correa, e é reconhecida como o auge da arquitetura moderna no país.
Esta obra envolveu uma grande reflexão em torno do tema eclesiástico e um modo muito particular de conceber uma arquitetura moderna. Uma das decisões importantes de seus arquitetos foi a interpretação, com talento e originalidade, do sentido de uma década de busca coletiva em torno destes temas.
O conceito central desse projeto, os simples volumes brancos, caracterizados pela forma como são penetrados pela luz, encontra sua origem no projeto para a capela de Los Pajaritos, um dos primeiros realizado por Alberto Cruz Covarrubias, fundador da Escola de Valparaíso.
O projeto de Gabriel Guarda e Martín Correa para a capela é desenvolvido entre os anos de 1961 e 1962. Foi concebido a partir de um intenso estudo, com a utilização de grandes maquetes a fim de se observar os efeitos da iluminação. Foi construído entre 1962 e 1964.
Trata-se de dois volumes cúbicos brancos, que se interagem em seu eixo diagonal e acompanham uma série de volumes menores integrados, que articulam o conjunto, como o pequeno cubo do campanário, o corpo de acesso e a rampa que leva à nave da igreja. Os dois cubos principais apresentam 14 x 14 metros em planta, e uma altura que varia de 10 a 14 metros.
O eixo diagonal interno, de cerca de 30 metros, que vincula ambos os cubos, origina-se no espaço que abriga a imagem da Virgem, e estende-se até a sede do celebrante. Esta diagonal atua como o eixo longitudinal da capela. Na intersecção dos cubos está o altar, como uma peça que articula os fiéis e os monges. O edifício foi pensado para ser compreendido à medida que é percorrido.
O cubo de luz que este projeto alcança, tem uma perfeição considerável. Aqui a luz se faz completa e variada. Ela penetra desde distintos pontos, em diversas formas e níveis. Em ambas naves a luz entra por cima; na Capela do Santíssimo, por baixo da rampa e pela frente da abertura vertical oculta atrás dos bancos.
A ideia é que as arestas dos volumes sejam perfuradas, desconstituindo e desmaterializando os cubos, reduzindo-os a planos independentes, como puro espaço e pura luz.