O projeto arquitetônico desse estúdio fotográfico, especializado em fotos de alimentos, nasceu de uma concurso interno dentro do StudioMK27. A equipe foi dividida em 3 grupos que trabalharam durante um dia no desenvolvimento de diferentes idéias. A partir desses primeiros esboços, um novo projeto, que em parte era uma síntese de todos e, em parte, um projeto totalmente novo, foi elaborado.
No desenho definitivo, o terreno foi dividido longitudinalmente em dois. A parte Norte, com 7,20m de largura e 43,50m de comprimento, não foi edificada, ficando reservada para um generoso jardim. Este espaço funciona como uma esplanada interna para o edifício. A parte Sul, que tem 12,20m de largura por 43,50 de comprimento, foi, por sua vez, totalmente edificada e abriga o programa do estúdio.
A entrada realiza-se pelo jardim: grandes portas metálicas deslizantes se abrem inteiramente e deixam o vazio central continuo com o espaço externo. O grande vão do estúdio é cortado por uma passarela de concreto atirantada na cobertura. Esse elemento conecta duas caixas de madeiras e configura um mirante interno. No térreo, o primeiro volume de madeira, mais próximo do estacionamento, contém a recepção e uma sala de tratamento de imagem e, no primeiro andar, uma sala de trabalho iluminada por um pátio interno. O segundo volume, no térreo, abriga depósitos e uma cozinha técnica, que prepara os alimentos para as fotos e, no primeiro andar, uma sala de tratamento de imagem.
No último piso fica, além de um grande deck de madeira, uma área social para recepções. Trata-se uma grande cozinha aberta, em que chefs podem preparar refeições completas que são servidas no próprio balcão. Um dos princípios da arquitetura do edifício foi criar um percurso completo, percorrendo a passarela e os principais espaços do estúdio antes do visitante chegar à cozinha superior. Assim, se conhece os lugares de trabalho, mesmo se o estúdio não estiver funcionando.
Para esse projeto, o StudioMK27 buscou um uso de materiais industriais e as próprias instalações foram resolvidas com esse pensamento. Todos os acabamentos externos são metálicos e, no espaço interno, houve uma mescla entre o metal e a madeira, que aquece e dá emoção ao ambiente.
Este estúdio é também um comentário sobre a relação histórica entre a arquitetura brasileira e a arquitetura japonesa, duas produções que mantem até hoje grande identidade nacional. Os principais arquitetos japoneses contemporâneos se inspiram não só na arquitetura moderna no Japão, mas também na arquitetura modernista brasileira. O projeto do StudioSC incorpora as principais lições dessa arquitetura brasileira produzida entre as décadas de 1930 e 1960, mas também algumas lições da arquitetura contemporânea japonesa que por sua vez se inspira nessa própria produção brasileira.