O projeto para a Gallery Yeh pode ser considerado como uma grande “tela” urbana, no sentido em que suas superfícies são trabalhos experimentais – ainda que saiam da disposição bidimensional comumente referenciada quando pensamos na ideia de tela. Aqui, a pele envoltória do edifício toma características espaciais, a partir de um novo código encontrado entre o plano do solo e o meio tridimensional.
É um trabalho que entra no mérito do processo de gerar espaço baseado na pesquisa da forma através da estrutura, constituída por dobras e superfícies polidas. A superfície adquire características topológicas, numa resultante gerada através de múltiplas camadas dissimuladas em uma só.
Aqui, a colocação do termo “Skinscape” aparece composta por uma variante de significado amplo – “scape” – unida ao conceito de pele na arquitetura, cada vez mais difundido atualmente. “Scape” como soma de outros elementos e camadas que envolvem o contexto em que a pele é inserida, como a estrutura, o espaço, o programa, a paisagem, etc. Dessa forma, podemos imaginar a deformação física da superfície do edifício como o conjunto dessas variáveis, intimamente ligado ao “skinscape”, passível de se constituído pela soma ou subtração de elementos do espaço.
A “Gallery Yeh” se torna um exemplo de aplicação desse conceito, mostrando complexidade espacial do todo, resultado da união de múltiplas camadas de pele, nas quais cada fatia de superfície apresenta uma qualidade espacial diferente. Essa “Espacialização da Pele” adquire coerência e a pele não mais funcionada como a superfície que envelopa o espaço, mas é fechada – se assim pode ser dita – pelo ar e pela luz, que garante os enquadramentos gerados pelas aberturas do edifício, numa interpretação metafórica e irônica por trás das novas possibilidades de espaço, tornando ele uma experiência enriquecedora de descoberta de camadas de lógica e ironia.
Informação Complementar:
- Construção: GuJin Industrial Development Co.Ltd
- Cliente: Lee Sook Young