A imagem da Rossignol, líder histórica no mundo do esqui, é intimamente ligada às montanhas e à neve. O projeto para a sua sede global não tem nada do estereótipo dos prédios de escritórios, ao contrário, é um tributo à natureza e aos picos, mas também, à tecnologia, fator inseparável do esporte de alto nível. O terreno fica no meio de uma planície rodeada por montanhas. É um trecho de terra cultivável antiga, pantanosa e perfeitamente plana, delimitada ao norte pela estrada Lyon-Grenoble.
A arquitetura foi projetada especificamente para a Rossignol, uma fusão de aspectos funcionais e de fantasia da empresa, de uma forma surpreendente e minimalista: é inspirada pelos esportes de prancha, pela fluidez do movimento, e também pela neve e por geleiras esculpidas pelos elementos. A cobertura, que envolve todo o projeto, é a topografia em osmose com a natureza e a paisagem. É orgânica, e a forma, revestida com laminas de madeira, ecoa o perfil das montanhas que rodeiam o terreno.
A fim de criar a “Casa da Rossignol”, o Grupo Rossignol vai reunir nesse espaço diferentes entidades que, atualmente, estão espalhadas por diferentes locais, mas que contribuem com a identidade da empresa.
A cobertura cobre três tipos de espaços:
- - a oficina de produção de esquis de corrida, showroom da marca, e salas técnicas, todos agrupados ao longo da estrada.
- - os níveis de escritórios, inclusive a área administrativa e o departamento de vendas, pesquisa e design, etc.
- - a rua, espetacular e luminosa, o espaço de encontro social, que cruza o edifício de lado a outro. E no seu fim, alarga-se para se tornar o showroom.
Do lado da estrada, a fachada cria um efeito cinético e dinâmico reforçado pela repetição do logo, que aparece gradualmente. A frente do edifício eleva-se para formar a cobertura que cobre as oficinas, e logo chega ao seu ápice, para desce novamente para cobrir a área dos escritórios. E então, é intercalada com pátios com bétulas que parecem crescer através do telhado: natureza e edifício se entrelaçam.
O perfil irregular da cobertura e da fachada da área de escritórios deixa a oportunidade para futuras extensões que possam ser necessárias. Adições podem ser construídas sem corromper o equilíbrio e a identidade do projeto. Desde o começo, a arquitetura incorpora seu próprio processo de crescimento. O cume do telhado, com uma clarabóia acompanhando sua extensão, está acima da rua, um espaço nobre que designa o “restaurante de altitude”, o ponto mais alto da estrutura, que faz referência aos restaurantes de áreas de esqui.
Internamente, o edifício funciona com uma colmeia, onde diferentes funções entram em contato e interagem, onde pessoas desfrutam a experiência de trabalhar em conjunto e conhecer uns aos outros. A originalidade do programa é o que reúne tantas funções diferentes, desde a produção aos serviços, debaixo de um único telhado. O objetivo dessa reunião é criar uma sinergia global que eliminará barreiras entre design, serviço e tecnologia. Cada pessoa em sua própria diversidade – engenheiro, designer, técnico, secretária, vendedor, etc. – reúne-se em um encontro reciproco.
Para encorajar essa comunicação interna, espaços sociais são distribuídos ao redor do edifício. O restaurante, situado no topo e no centro de gravidade da rua, é projetado como o locus primário para a vida da companhia: dois grandes telhados de vidro dividem as vistas panorâmicas do céu e das montanhas, de um lado Vercors, e de outro Chartreuse. Um terraço está disponível para um almoço ao ar livre, protegido do ruído da estrada. Seja no terraço ou ao redor da lareira, o restaurante transforma o intervalo do meio-dia em um momento especial.
Somente dois materiais são usados pele externa: madeira (larix) e vidro. A estrutura é de aço, como um esqueleto orgânico que delineia a forma, com suas múltiplas superfícies deformadas. A armação da cobertura é visível nas oficinas e escritórios. The post e a viga dos pisos de serviços expandem-se de 12 a 15 metros para deixar o espaço o mais livre possível. O espaço da oficina recebe uma laje horizontal sobre o telhado principal, criando um espaço escondido entre os dois que abriga os sistemas técnicos e de maquinaria. Esse edifício é projetado para um impacto ambiental mínimo. As escolhas técnicas o fazem eficiente e um edifício de baixo custo energético, bem isolado e protegido do sol do verão pelo telhado de madeira. Os sistemas são otimizados –o calor produzido pelas maquinas da oficina é recuperado e injetado na rede de calefação. Os escritórios recebem ventilação natural através de janelas de abertura automática.
Via v2com
- Cliente: Skis Rossignol SAS