O museu contemporâneo deve ser uma amálgama de realidades distintas, diversas culturas e, simultaneamente, um ajuste neutro, devendo também manter uma identidade única e magnética: Natureza Mutante.
CONCEITO
A proposta resulta da fusão de dois temas recorrentes na história da arte: a representação figurativa e abstracta da natureza. O Museu assume-se como uma espécie de “nova natureza”, através da conjugação de espécies locais de vegetação com um mosaico dinâmico de carácter abstracto. Gera-se um limite artificial, caracterizado por uma silhueta simultaneamente inovadora e complementar.
O resultado é uma invulgar malha flexível que simultaneamente se funde com a envolvente, devido à sua densa massa coberta de vegetação, mas também se destaca dos arredores pelo carácter forte do seu padrão geométrico irregular.
Não estamos interessados que o MMAW seja uma presença acrítica relativamente à sua envolvente contextual e física, nem que tenha uma atitude do estilo desafiante “David e Golias” relativamente ao volume dominante do Palácio da Cultura e Ciência. Essa confrontação poderia enfraquecer o novo museu, reduzindo a sua autonomia e retirando-lhe carácter e identidade.
Nós escolhemos apresentar uma estratégia que relaciona o novo museu com o parque, assegurando continuidade e equilíbrio que interage simultaneamente com a torre sem competir por território, embrulhando-o em vegetação.
Esta intenção resulta da relação cultural e social intensa entre a cidade e os vastos espaços verdes da envolvente, num constante diálogo entre o natural e o atificial, como uma relação equilibrada entre ambas as partes. O corpo do Museu torna-se uma espécie de “nova natureza”, contaminada pelo parque adjacente, mas também uma fronteira artificial que tem uma nova silhueta.
MUTAÇÃO
Não estamos interessados num museu contemporâneo com uma imagem permanente e perene. A sua concepção deve reflectir a sua condição temporal mutante, evocando a rotação dos conteúdos e colecções das exposições. As estações do ano devem ser percebidas na sua imagem, gerando um “resultado mutável”, e reproduzindo características da arte: diferentes cores e a dualidade perpétua entre abstracção e realismo.