Esta casa localiza-se na urbanização do Martinhal, em Sagres, num Algarve litoral ainda pouco construído, talvez pelo seu clima agreste e ventoso. Tal como na generalidade do país, também aqui chegaram os aldeamentos de pretensões típicas ou rústicas, reclamando arquitecturas de “casas portuguesas”, para agradar e vender a turistas estrangeiros.
A homogeneidade destas urbanizações ao longo do país quando confrontadas com a riqueza e circunstância da arquitectura popular portuguesa assume-se como uma tipologia colonizadora, desconhecida, equivocada e sem terra.
O projeto foi desenvolvido no âmbito do plano de urbanização, nas distâncias da construção aos limites do lote, mancha de implantação, área bruta e caracterização volumétrica.
O volume maior e mais elevado da casa está localizado a norte, para criar um pátio central , revestido em mármore, protegido dos fortes ventos dominantes. O volume onde se situam os quartos em forma de “L”, cria maior privacidade na área da piscina.
As relações espaciais interiores/exteriores estão articuladas através dos pátios, protegendo as grandes superfícies vidradas da forte incidência solar, enquanto filtram e reenquadram fragmentos de paisagem intacta.
A vida no exterior da casa debruça-se sobre a ravina da linha de água. A casa branca com coberturas planas, recupera a tipologia algarvia das casas de sequeiro, que os aldeamentos turísticos parecem desconhecer.
Informação Complementar:
- Especialidades: SAFRE, Estudos e Projectos de Engenharia Lda.
- Construtor: SCFS
- Maquetes: ARX Portugal (Maquetas)