O projeto Praça San Damián é constituído em um conjunto de três edifícios, dos quais se encontram construídos os dois edifícios gêmeos de 10 andares, que formam entre si um espaço central de pedestres que terminará em um novo edifício ao sul que inicia sua construção.
Os atuais edifícios estão dispostos simetricamente e paralelos em um eixo norte-sul que se encerra com o novo edifício, cuja disposição volumétrica do conjunto aspira criar uma interiorização própria, em um setor em relativa consolidação urbana, que seja capaz de colonizar um subúrbio com pouco uso de pedestres, em um local com uso de pedestres num nível interno, que impõe urbanização própria para pedestres.
A condição gêmea dos edifícios, em relação a este eixo de simetria, também define a camada externa dos dois volumes, onde as faces de frente uma para as outras possuem a camada externa lisa de uma camada cortina, já que se auto sombreiam, protegendo-se do sol e, a medida que se volta para as faces externas mais expostas, nas orientações norte, leste e oeste, incorporam dispositivos arquitetônicos que protegem do sol, de acordo com sua orientação.
Esta sequencia entre o mais liso e desprotegido do muro cortina, evoluindo até o externo com a fachada dobrada, reflete uma atitude em sintonia com os princípios da natureza e de como as espécies se adaptam ao seu meio, segundo o rigor das solicitações, desde as mais suaves até as mais extremas.
Assim concebido, para regular a temperatura no interior do edifício e reduzir ao máximo o uso de calefação e ar condicionado, se definiu que cada fachada fosse projetada de acordo com sua orientação. Deste modo, as que se voltam para o norte foram protegidas com uma caixa de sombra a partir de uma trama de brises verticais e horizontais de concreto aparente, nas áreas voltadas para frente.
No caso das fachadas leste e oeste, se definiu que fossem 1/3 opacas, o que se fez com um revestimento de pedra e uma janela dobrada. Todas as janelas estão inclinadas e não estão paralelas a linha do edifício, para assim evitar a radiação perpendicular do sol. Um beiral de concreto em cada andar contribui para que exista uma maior superfície sombreada. O objetivo é que no verão ingresse menos sol, evitando o calor demasiado nos espaços internos.
Certamente, a expressão plástica da fachada dos edifícios, longe do excêntrico dos modismos e se encontra em um exercício de rigor arquitetônico.