Escola que inspirou o Modernismo inspira Ana Paula Barros no loft, ambiente de 160m², que faz homenagem à arquitetura brasileira e se dá através de elementos buscados na Bauhaus, famosa escola alemã somadas ao modernismo de Oscar Niemeyer e Lucio Costa no Brasil.
Inspirado na famosa Casa Farnsworth de Mies Van der Rohe, um dos fundadores da Bauhaus e adaptador do conceito “less is more”, o espaço explora também quatro dos cinco pontos da arquitetura moderna: planta livre, pilotis, fachada livre e janelas em banda. Embora as linhas retas e a arquitetura limpa estejam presentes na concepção arquitetônica, os elementos naturais e orgânicos como pedra, ferro, e madeira, que são uma constante no trabalho de Ana Paula, conferem aconchego e acolhimento imprescindíveis a uma casa para se admirar e, principalmente, para se viver.
O ambiente é composto por uma grande sala/home/jantar, que também assume a função de varanda. O quarto e banheiro ficam em um mesmo ambiente, tendo apenas o vaso sanitário escondido.
A banheira se abre ao jardim externo por um pano de vidro enorme. A cozinha, que não recebe fechamentos, fica na parte oposta ao quarto e está integrada ao ambiente de jantar por um grande vão de abertura.
A preocupação com a sustentabilidade é constante no projeto. Suspensa do piso, a casa possui ventilação superior, recursos que auxiliam nas ventilação e conforto térmicos. No clima quente e húmido do Brasil a casa foi suspensa 60cm do chão para que o piso não tocasse o solo evitando receber os desconfortos climáticos.
A instalação hidráulica e elétrica pode ser feita sob o piso, sem a necessidade de escavações e com maior facilidade de manutenção.
Os vãos abertos acima da viga, fazem com que o ar quente que sobe tenha uma saída, aliados aos panos de vidro que se abrem todos, impõem uma sensação térmica agradável ao ambiente, diminuindo a necessidade do uso de ar condicionado.
Pensando na sustentabilidade, os materiais utilizados para revestimento, são pinus de reflorestamento autoclavado, estrutura metálica de restos de construção e pedras brasileiras cortadas.
Um desenho de chapas de ferro entre as pedras remetem ao neoplasticismo de Mondrian. O acesso à casa é feito por uma rampa e a edificação não possui desníveis, o que facilita ao morador com necessidades especiais de se locomover pelo ambiente.
Móveis despojados , com capas e linhos claros e leves compõem a decoração. Os móveis são todos de designers brasileiros, incluindo a Poltrona Radar de Carlos Motta, a luminária arco de Achille Castiglioni e quadros do artista brasileiro Marcelo Solla.
Texto cortesia de Ana Paula Barros