O projeto Voussoir Cloud, resultado da parceria entre o escritório de arquitetura Iwamoto Scott e a firma de engenharia Buro Happold, explora o paradigma estrutural da compressão e do uso de um sistema de materiais leves, em um desenho formado por abóbadas experimentais, com variação de densidade na composição do material. Tais abóbadas dependem estruturalmente umas das outras e das paredes, para que possam manter a força de compressão que as seugra. Assim, as quatorze peças separadas geram uma composição em cinco colunas que sustentam a borda interior e posterior da estrutura.
O desenho dessa forma se baseia no trabalho de engenheiros e arquitetos como Frei Otto e Antônio Gaudí, que utilizaram arquétipos que pudessem ser eficientes através de um encadeamento estrutural. Buro Happold utilizou modelos computacionais de cadeias suspensas para refinar e ajustar as linhas dos perfis, inicialmente modeladas no software Rhino utilizando somente catenárias.
Cada abóbada é composta de um mosaico que utiliza a chamada triangulação de Delaunay, sendo que a maior densidade de módulos se agrupa na base das colunas e dos eixos das abóbadas para formarem nervuras mais rígidas, enquanto a casca da abóbada se dispersa e ganha porosidade.
As pétalas tridimensionais são formadas através de dobras curvas de lâminas finas de madeira. A curva produz uma forma flexionada que se suporta pela tensão interna da madeira e pela geometria angular que mantém sua forma.
Ao começar a operação de dobrar pequenos modelos feitos a mão para testar as relações geométricas da flexão ao longo de uma costura curva, o processo de desenho e sua posterior construção se focaram em calibrar a relação do modelo digital ao modelo físico, através de provas empíricas.
Existem quatro tipos de células na Voussoir Cloud, compostas diferentes números de curvas, desde nenhuma curva, até três. Cada uma delas se composta de uma maneira um pouco diferente, baseada em seu tamanho, nas condições da borda e da posição relativa de sua forma geral. Além disso, a curvatura de cada pétala – sua forma côncava – depende dos vazios adjacentes. No desenho, as pétalas se definem com menor curvatura na base e nos eixos, onde ganham densidade e se conectam com células puramente trianguladas; já as de maior curvatura se localizam na parte superior para criar um efeito de profundidade para o interior da estrutura.
Finalmente, este projeto tem como intuito mostrar a familiaridade da estrutura com o material, para criar leituras conflituosas em relação às normas das tipologias arquitetônicas. É uma superfície leve e porosa, feita de elementos comprimidos, que criam uma atmosfera com peças de madeira clara, criando efeitos sensoriais.
Informação Complementar:
- Engenharia: Buro Happold – Ron Elad, Stephen Lewis, Matthew Melnyk, Tom Reiner
- Fotografias: Judson Terry + IwamotoScott Architecture