Em Maiorca, no meio da vegetação mediterrânea, foi construído em 1967 um pequeno hotel que ao longo do tempo, mediante delicadas operações de melhoras e ampliações, foi se transformando num dos hotéis mais emblemáticos da região. A última destas interferências foi dotada dum caráter que vai além de um “resort”, baseando-se no desfrute da luz da ilha mediterrânea e da idílica relação com a natureza do território.
A intervenção focava na substituição da cobertura e fechamentos da piscina climatizada existente, aproveitando o vidro existente, e a criação dum spa adjacente que a serviria de apoio.
Durante seu desenvolvimento, o projeto derivou dum desdobramento do programa, configurando-o como duas peças independentes, respondendo ao posicionamento de cada uma delas a uma intenção distinta segundo suas características. Por um lado, o volume principal da piscina, segue a diretriz que marcava o hotel, suas aberturas são criadas por uma série de perfurações quadradas que permitem que a luz entre no interior.
Por outro, o spa, destinado ao tratamento da pele e relaxamento, se entende como um grande observatório para a natureza e para a paisagem que o rodeia, girando o volume para conseguir as melhores vistas do local no qual está inserido.
O giro independente das formas, faz com que encontrem um ponto singular onde uma permanece frente à outra, se conectam e se comunicam, conjugadas através do lobby do hotel ligado ao volume principal.
Além disto, foi necessário rever a piscina preexistente que se situa anexa à fachada que se considerava traseira do hotel, e junto com as instalações se limitavam a um espaço de caráter claramente residual. O objetivo do projeto foi conseguir que as peças novas não fossem apenas peças secundárias, mas que servissem para enaltecer e priorizar a fachada mais ensolarada do hotel. Esta fachada hoje, sob seus pés, possui uma cobertura “pontilhada” de claraboias, que através de seu jogo, tornam esta fachada a principal do projeto.
Este jogo de aberturas na cobertura gera no interior uma dança charmosa dos reflexos da luz nas superfícies da água, paredes e teto, ao longo do dia e das estações do ano, intensificado pelo caráter homogêneo e mesmo tratamento que é dado igualmente aos fechamentos verticais.
No volume do spa, também é modelado o espaço com os filtros colocados nas claraboias, criando cascatas de luzes coloridas que deslizam pelos mesmos, assim o edifício participa deste tratamento, conjugando-o com a busca da prazerosa sensação que produz a natureza quando adentra no edifício e nos faz perder qualquer outra referência.
A vegetação é introduzida através de enormes aberturas numa fachada de vidro, e é o uso da madeira, como material vivo, o que enfatiza esta sensação desejada. Somente quando as propriedades desta não satisfazem os objetivos buscados, é utilizada uma cerâmica de cor e textura neutras que ficam secundários perante o protagonismo da luz, calor e água que vão ao seu encontro.
- Cliente / Promotor: Hotel Castell dels Hams.
- Ano de finalização: 2011