Teatro intervenção, quase cinco anos de residência na rua Lopes de Oliveira na Barra Funda, bairro operário de São Paulo, foram os alicerces da construção de uma obra aberta chamada Barafonda, que narra através de mitos da cultura ocidental entrecortados com fatos acontecidos nas ruas daquele pedaço da cidade, a origem e destino de um dos mais importantes bairros da cidade que não para.
A grande questão da cenografia era focar a alma e memória dos espaços que resistem diante de uma verticalização que pouco se importa com quem de fato irá viver neste bairro paulistano.
Seduzir o publico a se misturar em uma caminhada intervenção, vivenciando um pouco do cotidiano dos moradores da Barra Funda.
Neste tempo de pesquisa levantamos diferentes aspectos que conflitam entre si nas poucas ruas que passamos.
Prédios emparedados, esperando o abate pela especulação imobiliária, patrimônio histórico cultural em ruínas, como por exemplo o atelier do grande pintor modernista Raphael Galvez. Agremiações de futebol outrora varzeanas.Um dos berços do samba paulistano. A estrada Férrea que divide o Bairro em uma verdadeira lacuna de tempo. Uma das edificações mais questionáveis da cidade o elevado Costa e Silva.
Com um elenco de mais de 30 pessoas, acompanhada da massa publica, dividindo calçadas, rotatórias, faixas de segurança e o próprio asfalto, em pleno horário do rush nas sextas, as ruas da nossa Barafonda são tomadas e delas é constituído o nosso palco.
A necessidade da praticidade em se movimentar em diante circunstâncias foi o nosso parâmetro para desenvolver e construir todos os objetos de cena, poucos mas estritamente funcionais. E ainda um apoio logístico da produção em cobrir 2,5 km de extensão deste cortejo dionisíaco contemporâneo.
Resignificar pela arte a necessidade de se habitar uma cidade.
Tornar-se vizinho, andar com orgulho pelas calçadas que nos pertencem e somos responsáveis. Barafonda metáfora Paulista.
Não perca hoje e amanhã, na Barra Funda, SP! Veja o cartaz do evento aqui.