Abrigar peças de grande valor é sempre uma grande reponsabilidade. E por isso, o projeto busca premeditadamente a imagem de cofre, de um volume mágico e silencioso que aparece, como uma pedra preciosa, inserida num entorno urbano marcado pelo caráter mineral.
O conjunto do edifício, assim, fragmenta-se, articulando-se mediante mecanismos de macla e fissura, termos emprestados do mundo mineral.
O grande volume correspondente às salas de exposição, de uma grande profundidade plástica devido a ausência de aberturas no mesmo, ganha uma carga estática ainda maior ao ser colocado sobre o volume de vidro situado no térreo.
Este volume de vidro, que produz uma quebra a respeito da alienação da rua, convida ao acesso, possibilitando uma permeabilidade entre espaço interior e exterior, e fomentando a relação com a cidade, no que quer ser um museu participativo e aberto a seus usuários.
Estes volumes são separados do edifício existente do atual museu mediante um grande rasgo que serve como núcleo de relações verticais, ao mesmo tempo em que estabelece um diálogo entre ambas as peças, edifícios e ampliação, que, no futuro, estarão unidas.
Cada edifício mantem assim sua própria linguagem e características de acordo com períodos históricos e culturais diferentes.
No pavimento mais alto, em relação direta com a planta de acesso através de um vazio, aparecem o salão de atos e as oficinas, e os espaços de administração e biblioteca, que se beneficiam, assim, da melhor insolação ao mesmo que não interferem no percurso dos visitantes do museu, seus verdadeiros protagonistas.