Este projeto constrói um passo através de dois edifícios, chegando até uma praça localizada oito metros mais abaixo. Esta conecta-se através de um elevador, localizado no interior da caixa das escadas.
O passo funciona como um espaço de exposição para pintura e escultura, e leva diretamente à Galeria solar, especializada em cinema e artes visuais, além de uma livraria. O edifício original foi construído no século XVI, mas sofreu profundas transformações no século XVIII.
Sendo este passo um espaço público, aberto das 8h até às 12 da noite, os objetos expostos são protegidos por painéis de vidro e um sistema de calefação e ventilação natural. No centro do novo edifício, foram deixados alguns vestígios do pré existente, testemunho da construção original, como por exemplo, um pórtico de pedra.
Na primeira planta e no teto, o espaço se converte em uma residência de estudantes com 18 quartos, cozinhas e salões. Neste caso, a estratégia do projeto é diferente. Enquanto que na planta baixa, todas as pedras permanecem a vista e os pisos são de pedra ou cimento, na residência dos estudantes o espaço foi tratado em função do conforto: o piso é de madeira e as paredes revestidas com gesso pintado.
As zonas comuns da residência se comunicam com a galeria através de antigas janelas que entregam maior transparência ao interior e permitem a interação entre a galeria, as obras de arte e esta área pública. O edifício também se comunica com a cidade através de janelas dispostas especificamente para emoldurar os pontos de vista de interesse.
A presença de vidros coloridos ajuda a fazer a transição entre a casa senhorial construída em pedra e a escadaria construída em concreto pigmentado. Ambos materiais foram tratados sem terminar, o que evidencia a imperfeição da humanidade. O espaço com vidros coloridos ilumina a transferência e amrca a presença da área do cinema.
Desta maneira, as pessoas se encontram com a arte ao caminhar pelos espaços públicos da cidade, e se enxergam enfrentando diretamente as exposições regulares da galeria. Os painéis coloridos luminosos chamam a atenção desde a entrada do edifício, atraindo as pessoas como a luz no fim do túnel.
A galeria foi projetada tendo em conta os princípios da reutilização de materiais de construção. O granito, material de construção que predomina no edifício se complementa com o concreto pigmentado, usado na construção das escadarias e na caixa do elevador.
A inércia térmica do granito associada a sua alta densidade, permite que este material se use para acumular calor durante o verão, liberando a energia acumulada durante os meses de inverno, evitando assim o uso de ar condicionado no interior.