BanQ é um restaurante localizado no hall do antigo Penny Savings Bank, edifício histórico em Boston. Dividido em dois segmentos, a área frontal, para a Washington Street, é um bar, enquanto o grande espaço posterior funciona como restaurante. O projeto do espaço, entretanto, não é pensado somente em planta baixa, mas no eixo z, entre o teto e chão.
Se o piso precisa manter-se flexível para atender as diferentes demandas de um restaurante – desde mesas para diferentes números de pessoas até festas, o teto contém um programa fixo, que faz parte da infraestrutura (estrutura, drenagem, equipamentos mecânicos, sistema de sprinkler, iluminação e outros sistemas acústicos).
Para isto foi desenvolvido um sistema de ripas de madeira estriadas que esconde a visão dos encanamentos, sistemas de mecânica e de iluminação no eixo longitudinal, e ao mesmo tempo oferecem um refúgio virtual para as mesas. A geometria das ripas está em conformidade com cada sistema acima e tem formas arredondadas a fim de suavizar a relação entre os equipamentos adjacente, criando uma superfície sem emendas. Os pilares e a adega de vinhos, no meio do espaço, servem para manter a ficção, parecendo estar suspensos no teto. Se o eixo longitudinal enfatiza a superfície sem emendas, as vistas laterais oferecem vislumbres estriados no espaço de serviço, e desmistificam a ilusão. Para realçar a estratégia, certas áreas do teto “gotejam” e “caem”, nos locais específicos para colocar os sinais de saída, recursos de iluminação e outros detalhes.
Abaixo do teto, o aspecto funcional do restaurante é conferido com madeiras de cores mornas e laminados de bambu, amplificando o efeito de listras presente em todo o espaço. O piso, os mobiliários e o teto contribuem para criar um efeito total, incorporando os fregueses à textura proposta no restaurante.
Reconhecendo o aspecto histórico do edifício, o forro paira longe de todas as paredes interiores apoiando-se, em suspensão, na laje superior.
Correndo a quase toda a largura do espaço, cada nervura do teto ondulado é feita de peças únicas de compensado de aproximadamente 2 centímetros, que se juntam através de ligações específicas, como quebras cabeças, que conferem a impressão de peças contínuas. Estas grandes peças são presas às vigas estruturais, perpendiculares a elas, expondo, além da “topografia” do forro, as vigas que suportam o edifício. O espaçamento entre as nervuras é variável; comprimindo e aumentando com o intuito de manter a densidade visual da superfície, e pode ser vista de diferentes ângulos.
- Ano de Conclusão: 2008