Uma casa para um zelador e sua família em uma fazenda de plantação de árvores frutíferas.
A implementação acelerada do plantio, obrigou a assumir com urgência as decisões do projeto, o que se fez necessário operar pragmaticamente.
Devia-se projetar uma casa de 60 metros quadrados, em uma propriedade de 1.000.000 de metros quadrados (100 hectares), que seria plantado com árvores frutíferas orientadas e como caminhos em uma grelha estrita que determinaria a paisagem futura.
Para conceber um diálogo entre a construção e a paisagem agrícola, é que tomamos deste último a racionalização e otimização do seu ordenamento como um modelo para estabelecer um sistema de organização que nos ajude a compor um programa básico de habitação.
Com o anterior se determinou uma grelha de eixos dispostos a 3 metros nos quais estariam os cômodos que conformariam o programa da habitação.
O lote exigiu solucionar a disposição dos recintos e suas relações, em um sistema de espaços adjacentes na ausência de corredores, pelo qual se recorreu à cobertura como um elemento arquitetônico para unir espacialmente o conjunto de cômodos.
O programa da casa resolvia basicamente um volume hermético em seis quadrantes pelo qual se agregaram espaços exteriores de extensão que completaram um volume de planta quadrada com nove quadrantes.
O mesmo pragmatismo em que se desenvolve o programa derivou a eleição do tijolo confinado como sistema construtivo generalizado na área, uma produção local do mesmo, e uma estruturação que determinava a medida da grelha.
A paisagem próxima à casa possuía relação com o trabalho de seus habitantes, razão pela qual se cegou em certa medida em sua altura doméstica, forçando esta retirada.
Seguindo as opiniões acima são projetadas vistas sobre as paredes fazendo com que o céu seja a paisagem que inspira o interior da casa.
É por isso que o telhado inverte suas águas para o interior para unificar o espaço como um elemento contínuo que atravessa os recintos.