O projeto do edifício de vestiários construídos em um parque, em Vélez-Málaga, nasce com a ideia de gerar, tornar visível e aproveitar espaços intersticiais que, muitas vezes, são escondidos pela arquitetura.
Apropriação do lugar. Trabalho no vazio.
Desde a gestação da primeira ideia trabalhou-se o entendimento do projeto e o entorno como um todo indivisível. Dessa forma, as árvores existentes, as vistas, as texturas naturais, os caminhos, o sol, passam a ser parte do programa arquitetônico, gerando pontos de partida comuns.
De fora para dentro. Conviver em harmonia.
Propõe-se uma ação externa pouco agressiva com seu entorno, com uma imagem e uma volumetria exterior neutra e comedida, branca, sem vazios, que não rivaliza com o lugar em nenhum momento. Do mesmo modo, as pistas esportivas tendem a diluir-se com a vegetação, com fechamentos completamente translúcidos e peles metálicas que minimizam seu impacto.
De dentro para fora.
O parque respira, te inunda, te envolve… graças a pele criada, o interior apropria-se por completo do parque, de modo que os espaços residuais do mesmo ganham um protagonismo, criando zonas abertas, cobertas, semi cobertas, semi abertas, descobertas…nas quais se vive o entorno. Dessa forma, a zona intersticial se enche do colorido da vegetação, fugindo da neutralidade do exterior.
Edifício e natureza.
O projeto é um exemplo do dialogo espacial. Uma solução que se dilui e se espalha nos espaços intersticiais, transpassando os corpos e os conectando-os. Que permite que cada um estabeleça os limites, as entidades, o problema, e a reposta.