A casa localize-se em San Vicente de Tagua Tagua, sobre a ladeira Norte de um dos montes que se destaca em relação ao plano do vale. As condicionantes dominantes foram a orientação, a inclinação de 40% do terreno e a morfologia do solo.
O cliente pretendia um espaço exterior que conformasse um pátio, no qual se organizariam programas diversos. Nos espaços interiores deveria privilegiar a continuidade dos recintos, de maneira a integrar as distintas atividades que se desenvolvem neles.
Para a proposta de projeto, foram sobrepostas estas condicionantes do sítio com as pretensões do cliente. Desta maneira, o projeto surge da pergunta de como conformar um espaço de pátio central exterior e um interior fluido e integrado e como seria capaz de estabelecer um vínculo arquitetônico com o lugar e seus atributos.
Com este objetivo é que o programa é organizado no sentido longitudinal do terreno, paralelo à topografia e deslocado para o vale. Desta maneira define-se um espaço entre o corpo edificado e o terreno inclinado, em torno do qual se define a circulação que percorre todo o projeto.
Esta ideia de pensar o projeto desde o corte permitiu a definição e construção de dois mirantes, o primeiro sobre o vale, comprimindo o olhar sobre o plano e a horizontal e o segundo orientando-se para o morro, definido na cota mais alta da casa onde é possível observar o contexto mais imediato da paisagem da encosta.
Os espaços interiores são organizados locando os dormitórios para o leste, em direção a um córrego que protege a privacidade da área. Os espaços de estar concentram-se no lado norte, de maneira que possuem vistas para o vale e o monte simultaneamente. Estes espaços se sucedem, uns aos outros, desde a sala de estar, living, copa, cozinha, até a churrasqueira, de modo a organizá-los em uma área contínua maior.
Por último, o acesso a casa se dá a partir de uma rampa que começa em um nível inferior e sobe a encosta até alcançar a varanda de entrada.