O Conselho Nacional da Cultura e das Artes anunciou que o escritório Rojkind Arquitectos foi o vencedor do concurso para o projeto da “Cineteca Nacional del Siglo XXI”. Este edifício é parte de um projeto maior que inclui o Museu do Cinema e uma Videoteca Digital projetados por Mauricio Rocha e Gabriela Carrillo.
“Para intervir e expandir a Cinemateca Nacional foi necessária a compreensão da mudança substancial que ocorreu no cinema, como sugere o termo ‘imagens em movimento’. Hoje, as imagens não se movem só sobre uma tela, mas a tela se move conosco – elas nos acompanham em todos os lugares, e os cinemas deixaram de ser um espaço de encontro de massas para estar onde quer estejamos.”
A nova Cinemateca Nacional deve entender esta condição mencionada, protegendo o acervo cinematográfico do país bem como o restante do acervo internacional e tornando-os acessíveis para o público em geral. O edifício deve não só ser um local onde se encontre filmes, mas também um ambiente com espaços de entretenimento que desfrutem da mais alta tecnologia. A ideia, em parte, é mudar o ambiente clássico de exibição: filmes no parque, no café e na praça, fazendo com que estes espaços não só cumpram suas funções relacionadas à experiência do cinema, mas que sejam também parte dessa experiência: o parque, o café ou a praça como um cinema.
Desta forma, a Cinemateca Nacional se torna um espaço de conexões físicas e virtuais entre a mídia e seus usuários. Uma interface com dois elementos chave: o piso contínuo que interliga os diferentes elementos que compõem a Cinemateca e a cobertura, conectadas de forma única. - Alejandro Hernández
O projeto inclui a renovação total do complexo, originalmente construído como a “Praça do Compositor” em 1884 (estava 1984 no texto) por Manuel Rocha e transformado em diversas ocasiões até que se tornou o Instituto e Cinemateca Nacional em 1974.
Além das salas de cinema existentes, o complexo atualmente possui cinco galerias de arquivo, quatro delas abriga uma coleção de mais de 15.000 filmes clássicos em formatos 35 e 15mm. A superfície das galerias aumentará de 1.500 para mais de 2.200 m² para o armazenamento de mais 50.000 rolos de filmes. O espaço para a galeria e o laboratório de restauro digital terão área de 500m² e os escritórios, uma vez reorganizados, reduzirão de 1.900 para 1800m.
O novo projeto agregará mais quatro salas de cinema e reformulará as salas existentes, cuja capacidade total aumentará de 2.050 para 2.540 lugares. Um estacionamento de seis pavimentos será construído com capacidade de abrigar 622 veículos, comparado à situação atual de 422 vagas. Esta operação liberará 70% da área então ocupada pelo estacionamento. Este espaço disponível, além de permitir a construção das novas salas de cinema, possibilitará a inserção de um anfiteatro externo com capacidade para 700 espectadores, de um parque e uma praça central públicos.
Por fim, a Cinemateca Nacional aumentará sua área construída de 20.000 para quase 29.000m², os quais 7.000m² são destinados para espaços públicos. A proposta é criar uma experiência cinematográfica perceptível e mais opções em termos de programa.