Este mini-estúdio, desenvolvido em apenas 27 m2 de planta, está localizado na pequena enseada que ocupava um antigo quarto de serviços (entre três construções pré-existentes), no quintal de uma casa na colônia Del Valle (Cidade México).
Por se tratar de um lugar de trabalho artístico e devido à orientação sul do terreno, o principal desafio consistiu em evitar a entrada direta do sol ao espaço, sem negar a vista ao pátio existente. Para conseguir isso, o volume avança ao sul para projetar sombra sobre a janela da sacada que, em planta, conecta o estúdio com o exterior.
As lajes inclinadas da cobertura impedem a incidência direta da luz solar na área de trabalho, permitindo a entrada sutil de luz uniforme em toda a altura que liga os dois andares ampliando o espaço.
O mezanino repousa levemente em uma parede na parte de trás do estúdio e se lança para o exterior dissolvendo o limite estabelecido pelo piso, terminando suspenso sobre o jardim e integrando-o assim ao espaço; o fechamento do térreo, por sua vez, se abre de lado a lado para apagar completamente a fronteira entre interior e exterior.
Um pequeno gesto na fachada produz uma sombra triangular que se redimensiona ao longo do dia, dando movimento ao volume.
Mediante a utilização de planos trapezoidais e um cuidadoso gerenciamento da perspectiva, se realçam os vazamentos atingindo um espaço dinâmico e fluido que desperta a imaginação e estimula a criatividade.