A cidade de Póvoa de Varzim é profundamente relacionada ao mar e à pesca. Sua riqueza cultural tornou-se um estímulo interessante para o projeto. Além disso, a casa foi uma oportunidade de revitalizar um dos locais de memória da cidade e participar da gama de cores e materiais que caracterizam a rua.
A casa é simples. Organiza-se verticalmente e de maneira hierárquica. As áreas sociais estão nos pisos inferiores e as privadas nos superiores. Para atingir grandes amplitudes visuais e interconexões dinâmicas entre espaços, o interior foi estruturado em meio-níveis. A largura do lote decidiu a escada, que de fato, tornou-se o coração da casa. Uma parede pintada de azul enfatiza a importância e continuidade através dos espaços.
A fachada oeste é coberta por portadas de alumínio que, além de proteger da insolação direta, abre a casa a um pequeno jardim. No leste a casa expõe sua identidade. A intimidade é garantida por painéis de aço inoxidável, perfurados com “siglas poveiras”.
Estes símbolos são uma proto-escrita, usada antigamente na região como modo de comunicação e para identificar pertences e peixes. Além disso, são importantes legados familiares, transmitidos através de gerações, evoluindo com novas combinações.
A casa, no centro do “Bairro Norte”, difunde algumas das memórias locais e referencia-se com a população, revitalizando um legado, que vem sendo esquecido. Tranquilamente, a casa confessa seu orgulho na cidade…