A Casa Listra é uma pequena residência na cidade holandesa de Leiden. Seu nome vem das listras horizontais características, esculpidas profundamente e que envolvem as três fachadas expostas.
A casa localiza-se em uma nova área urbanizada do município, onde os clientes desenvolvem seus projetos. Está em um terreno de esquina, junto ao parque próximo, e uma rua de pedestres a sudeste. Apesar de suas dimensões limitadas, o lote não foi totalmente edificado. Um quarto da área foi reservado para um pequeno jardim, criando uma transição suave entre o espaço público e o privado, assim como uma distância entre as residências vizinhas. Ao optar pelo jardim, implicou-se uma concentração do programa em um dos lados do lote.
A estrutura cúbica encerra três pavimentos, todos com áreas similares, mas programas distintos. Quanto mais acima, mais privadas são as funções. O térreo abriga o escritório e o pátio. No próximo piso, localizam-se a cozinha, salas de estar e jantar, enquanto que no último pavimento estão dois dormitórios e um banheiro.
O grande vazio na fachada norte é o ponto focal da casa. Ele conecta os dois pavimentos superiores e espacialmente as zonas da área da cozinha. A grande janela no topo oferece uma abundância de luz natural, assim como uma impressionante e poética vista do céu.
Por estar situada em uma esquina, possui uma orientação quase completa. Não existem muitas aberturas de janelas, entretanto as que existem são grandes e orientadas para visuais interessantes. No primeiro pavimento, as três janelas juntas formam um tríptico. Mostram três diferentes cenas, cada um representando um lado específico da casa: o parque, no lado leste; as casas vizinhas no oeste e o céu a norte.
As grandes paredes externas são feitas tangíveis e atraentes, por meio de nervuras horizontais no gesso. Os sulcos, com um comprimento total de cerca de 7.000 metros, são feitos à mão e esculpidos no gesso quase endurecido, usando moldes.
O resultado é uma peça inigualável de arte. Do ponto de vista arquitetônico, os sulcos horizontais melhoram a apreensão do volume, ligando as várias fachadas e aumentando o efeito de perspectiva da forma cúbica.
Outra razão para fazer tais sulcos, foi para tornar a fachada mais táctil e refinada. Inicialmente pensou-se em utilizar o mesmo espaçamento em toda a fachada, o que mudou durante o processo de projeto. “Uma curiosidade, e que não esperávamos, é que muitas pessoas estão realmente tocando com suas mãos na fachada”.
A casa é também muito sustentável, pontua bem em desempenho energético e em vários cálculos de índices e rótulos ambientais.