Nesta ocasião, o projeto dos arquitetos Hitzig & Militello tinha que responder as demandas de dois clientes diferentes. O objetivo era repartir igualmente o volume edificável entre ambos proprietários sem que perdessem a possibilidade de ter acesso a todo o conjunto. A estratégia foi repartir de maneira cruzada os metros que correspondiam a cada um, de modo que ambas unidades girassem em torno ao eixo do pátio central. Para não perder metros úteis, decidiu-se tirar as escadas como se fossem mangas-pontes que conectam ambas unidades.
A silhueta do edifício é resultado do aproveitamento total do volume edificável que o código de edificações da cidade de Buenos Aires permite nesta localização. Uma das estratégias foi manter duas áreas da propriedade antigamente localizada no local, claramente presentes através de suas lajes de tijolos de bovedilla. A edificação nov além disso relembra a velha organização espacial posicionando-se sobre os rastros da antiga cada de pátios.
A propriedade A, com térreo mais dois níveis, conta com quatro ambientes e a propriedade B, de igual altura, conta com cinco ambientes. Ambas propriedades se encontram escalonadas liberando terraços tanto na frente como nos fundos.
Em ambas fachadas evidenciou-se a estratégia de identificar o muro como um elemento alheio a estrutura ao conceber uma fachada sólida de muros onde as janelas são uma subtração que deixa a estrutura a vista. Estas operações de vazios foram por sua vez completadas por um sistema de fechamentos e varandas cujas dobras e texturas pretendem manifestar, além da matização de luz, uma verticalidade contínua em todo o desenvolvimento de ambas fachadas, alcançando um equilíbrio de faixas vazias e cheias frente ao grande volume neutro de muros do conjunto.
A maior conquista do projeto foi adaptar, sobre os resquícios da antiga edificação, duas casas cuja necessidade espacial superava a capacidade do terreno. Através de uma estratégia de simples conexões de circulações conseguiu-se ocupar a totalidade do sobrado para ambas as casas. Em um pátio interno, que organiza radicalmente as circulações, as janelas tem um tratamento tradicional dando o protagonismo do dito espaço as suas escadas multidirecionais.