O projeto do Centro de Formação Coop Cassia iniciou em 2010, com a visita do empresário francês Patrick Barthelemy. Ele viajou da Indonésia para o escritório dos arquitetos em Trondheim, e se sentou na frente deles com uma história fascinante e uma maleta cheia de canela. A cidade de Sumatra fornece 85% da canela consumida no mundo, no entanto os trabalhadores que tornam isso possível têm longas jornadas de trabalho mal pago em fábricas inseguras e insalubres.
Após um ano de planejamento, os arquitetos se encontraram no bosques de canela de Sumatra, prontos para desenhar e construir uma escola de Canela sustentável para os agricultores locais e trabalhadores. O Centro de Formação Coop Cassia se converteu em um centro único, com a ambição de superar seus competidores, não apenas em qualidade, mas também em ética de trabalho.
O centro pretende estabelecer uma novo padrão na forma de conceber uma empresa que funcione socialmente bem, onde os trabalhadores e agricultores locais recebam uma pagamento adequado, assistência médica decente e acesso à escolas e à educação. Além disso, as fábricas Coop Cassia são limpas e seguras.
A principal idéia por trás do projeto é o conceito de uma construção leve de madeira sobre uma base pesada de tijolos e concreto. A construção de madeira transmite a sensação de se estar dentro de um bosque de canela. O centro está construído em torno de duas grandes árvores, com vista panorâmica para o lago Kerinci-en em frente e para a exuberante selva de canela em sua fachada posterior.
Buscou-se potencializar a ventilação natural debaixo da cobertura de 600 metros quadrados. O conhecimento e a experiência adquirida em projetos anteriores têm ajudado muito no comportamento térmico da cobertura, através do uso de massa térmica e da proteção contra a insolação direta através de beirais.
O projeto é construído principalmente com dois materiais: tijolo de fabricação local e troncos de canela. Os trocos são um subproduto da produção da canela e não possui muito valor para os habitantes locais. A delicadeza está, entre outras cosias, nas portas e janelas do centro.
Uma série de pilares determina a distribuição dos espaços internos, enquanto que o sistema construtivo garante sua estanqueidade e rigidez. Embaixo da cobertura estão dispostos cinco blocos de tijolo, dentre os quais um pequeno laboratório, salas de aula, escritórios e uma cozinha.
Em um projeto deste tamanho, construído em três meses, a logística se apresenta com um fator muito importante. Com setenta trabalhadores, oito búfalos arrastando árvores do bosque e uma serraria montada no local, a gestão correta do projeto é essencial.
O projeto foi pensado para ser construído com mão de obra não especializada, além de dever suportar os constantes tremores e terremotos que afligem o lugar. Isto se deu através da separação dos diferentes componentes da construção segundo sua materialidade.