A primeira visita ao terreno revelou o impasse que o projeto deveria enfrentar: a implantação de uma casa em uma pequena colina ainda desocupada em contraponto direto com a ocupação inevitável dos lotes vizinhos.
Por meio de uma relação direta com a paisagem, valoriza-se a volumetria da residência, não determinando frentes ou fundos. As próprias paredes da construção estabelecem o que é dentro ou fora da residência, prescindindo dos muros de divisa do lote.
Essa premissa determinou a construção de um volume praticamente cerrado nas laterais, em contraposição às faces orientadas para a rua e para o lago, com aberturas que conjugam as melhores vistas para a paisagem e a insolação adequada. Solução que também atende à organização interna da residência e à privacidade requerida em relação às futuras construções vizinhas.
A organização dos programas em dois volumes internos às paredes de “divisa” determinou uma separação em um bloco para os ambientes de estar e outro para os dormitórios. O primeiro é implantado junto ao ponto mais alto do terreno, enquanto o segundo fica 3,8 metros abaixo, defasagem permitida pela declividade acentuada do terreno.
Essa disposição não só garante acessos independentes para pedestres e veículos como possibilita a criação de um terraço na cobertura do bloco dos dormitórios, que é desenhado como extensão direta da sala de estar.
A casa é construída com três paredes principais de alvenaria armada de bloco de concreto aparente. Duas delas apoiam as lajes de concreto pré-moldado capazes de vencer um vão de 10,5 metros, enquanto a terceira define a faixa de circulação que interliga os dois blocos e as diferentes cotas.
Arquitetura: Alexandre Mirandez de Almeida, Cesar Shundi Iwamizu, Marcelo Pontes de Carvalho,Ricardo Bellio
Informação Complementar:
Colaboradores: Eduardo Crafig, Márcio Henrique Guarnieri, Carolina Farias, Thiago Natal
Paisagismo: SOMA arquitetos
Estrutura: Eng. Guerino Dionig
Instalações: Sandretec
Construção: Alexandre Mirandez, Cesar Shundi Iwamizu e João de Oliveira
Fornecedores: Prensil (blocos de concreto), Spitaletti (Lajes pré-moldadas), Wolf e Hacker (impermeabilização), Casa Francesa (piso granilite), Concrefit (piso elevado de concreto), Pau Pau (piso de madeira), Janos Biezok e Almarco (caixilhos), Clacci (vidros), Cavoá (forro de gesso).
Localização: Aldeia da Serra, Barueri, SP
*Projeto Premiado IAB 2004 Jovens Arquitetos
*Projeto Premiado 2º lugar | Prêmio Prisma 2005
Data do projeto: 2002
Conclusão da obra: 2004