Através da contratação pela ONG Fundació Catalana de l’Esplai, estamos trabalhando em vários projetos de casas de férias em diferentes áreas da Catalunha, como Castellbell i el Vilar, Navés, Sant Joan de les Abadesses,…seguindo critérios de sustentabilidade, durabilidade, adaptabilidade e austeridade que caracterizam os edifícios que temos feito para os clientes.
As principais premissas que foram seguidas durante a concepção do novo albergue foram:
- O projeto deve ser economicamente sustentável. Já que o custo não poderia exceder 450€/m² incluindo a parte de urbanização.
- O projeto deve ser multifuncional. A Fundação determinou que um equipamento com estas características deveria ser bastante versátil.
- O projeto deve respeitar o entorno. A construção desta nova escola da natureza deveria contar com um sistema de economia de energia.
Primeiramente, a proposta de implantação parte da necessidade urbanística de não exceder o gabarito das edificações preexistentes, barracões em forma de “L” em um estado muito precário de salubridade e higiene.
O novo equipamento será dividido em três zonas bem diferenciadas: Edifício de serviços, salas de aula sobre a natureza e zona de dormitórios. O edifício de serviços é onde está localizado o refeitório, a cozinha e uma área de recepção e ponto de informações. O refeitório terá capacidade para cerca de 100 pessoas e estará situado em uma sala única, onde haverá um espaço de encontro e trocas para as pessoas alojadas no albergue. No edifício ao lado do refeitório estarão as três salas de aula de Natureza, cada uma com capacidade para 30 pessoas.
Fugindo das tipologias convencionais de acampamentos de férias, cuja implantação segue o esquema em pente: circulações que levam a séries de dormitórios com banheiros comuns, a proposta aposta em unidades de sistema, nas quais a relação entre a superfície útil e a superfície construída aumenta, visto que as comunicações entre estas se produzem a partir do espaço exterior. Esta disposição modular permitirá, por exemplo, abrigar grupos diferentes dentro de uma mesma instalação, proporcionando certo grau de privacidade para todos dentro de suas unidades.
A fragmentação volumétrica em pequenas unidades autônomas permite graduar o número de usuários e minimizar os custos de manutenção e vigilância, uma vez que permite configurar um sistema com a colônia inteira.
A unidade se coloca como referência, arquétipo e imagem do imaginário do mundo infantil: pequenas casas, pessoas, relação com a floresta, os caminhos e a natureza. O sistema permite ampliações futuras. As rotas externas entre os diferentes volumes permitem a circulação entre eles, agrupando, deste modo, as entradas e facilitando o controle dos monitores.
A simplicidade dos materiais utilizados permitiu uma grande economia durante a execução assim como em sua manutenção. Nos interiores, bloco de concreto aparente pintado, pavimentação de concreto polido de baixa granulosidade, janelas de 20cm de largura, inseridas em esquadrias de aço inoxidável de 2mm de espessura. A localização do conjunto de janelas permite uma perfeita ventilação cruzada, independente do vento dominante.
Para o exterior, unidade do material: fachadas e coberturas, tanto nas células habitacionais como nos edifícios públicos, utilizam o sistema Cotetem de Parex, um reboco flexível e auto limpante que permite a continuidade do acabamento e do tratamento isolante. Os percursos exteriores se diferenciam de acordo com as tipologias de pavimentos: placas de concreto texturizado para os pedestres e de concreto liso para os automóveis.
Dada a solução final da proposta, amplia-se o espectro de usuários, já que se poderão acolher os acampamentos de verão para escolas, e famílias e grupos poderão utilizar o equipamento durante todo ano.