Um exercício eficiente de micro arquitetura para fora de Cuernavaca, que permite espaços de proteção e interação com o meio natural em que se encontra. Sem pretensões foi conseguida uma arquitetura simples, básica. Os materiais locais como o junco (taquara) e a pedra, além do projeto compacto fizeram possível sua construção com um orçamento nada oneroso.
Casa D? é uma casa de descanso e de baixa manutenção, projetada em um retângulo regular de 100m2 de superfície. A casa está integrada por uma varanda com abertura total para a piscina, cozinha-jantar, três quartos, um banheiro e uma adega. O terreno foi usado durante muitos anos como terreno baldio, apesar de ter uma vista incrível para a região, por isso quando a conhecemos, não havia muito o que pensar, a orientação da casa já estava condicionada, além do permanente “ruído” do arroio próximo, entendemos que estar ai realmente seria uma experiência. Longe de avenidas principais, garante um lugar ideal para relaxar, além de ter em sua maioria árvores de manga de mais de 15 metros de altura que garantem sombra constante sobre a casa. É importante notar que a casa foi plantada sem tocar uma só árvore, respeitando na medida do possível as condições do terreno.
NOÇÕES DE PROJETO E CONSTRUÇÃO O critério construtivo sempre esteve regido pela otimização de recursos materiais e econômicos. Tínhamos que ser muito assertivos nas decisões já que o orçamento era muito limitado e aí estava o desafio; a sustentabilidade mais que uma solicitação, foi uma obrigação já que era o único caminho para alcançar o objetivo. consideramos uma ventilação natural cruzada que mantivesse os espaços frescos sem a necessidade de utilizar sistemas de ar condicionado ou incluir ventiladores de pedestal; estes se usariam somente a noite, os materiais usados garantiriam o conforto dos espaços durante o dia. O conseguimos abrindo na sua totalidade a fachada com o sistema de painéis de taquara, que mesmo fechados a noite, garantiriam a troca de ar, já que por dentro contam somente com um mosquiteiro.
Se considerou a retro iluminação, ou seja, nenhuma luminária foi colocada na laje, tudo se instalou nos muros iluminando a laje, gerando um ambiente mais agradável e evitando concentrar a luz direta para os usuários. A casa se construiu com materiais que praticamente tinha-se “a mão”, o que garantiu a otimização dos recursos. E sobre a cobertura verde, é um sistema muito simples, baseado em uma cama de cascalhos, colocada sobre a laje previamente impermeabilizada que funciona como dreno e sobre esta cama de terra recebe a grama. Esta cama se separa do cascalho com uma malha funcionando como um filtro; a inclinação da laje é básica para garantir a drenagem da água da chuva. Este sistema garante o conforto no interior, absorvendo durante todo o dia a incidência solar.
FACHADA E ARQ-TESANATO A fachada é “aberta”. Na sala coberta colocam-se redes de dormir e a diferença de altura é para garantir que a água da chuva só caia neste ponto. É um sistema de painéis de correr feitos na obra, estruturados com ângulos de aço escuro. Medem aproximadamente 4m de altura e sobre estes estão “tramadas” taquaras obtidos no arroio próximo. Se recorreu a mão de obra local para trama-los, já que as pessoas das proximidades os usam para fazer as cercas de suas casas, assim que simplesmente dissemos outro uso para o “sistema” usado pelos habitantes locais. Esta espécie (taquara) é abundante na zona e dele vem o nome do lugar: Miacatlán significa “lugar onde são abundantes as varas para flechas”. Toda a taquara está banhado com óleo de linhaça que garante a impermeabilidade e durabilidade das varas, mantendo-as lubrificadas. O projeto desta casa foi concebido Básico, funcional, eficiente e confortável.
Desenvolvemos uma arquitetura ARQ-TESANAL. Assim nos definimos como arq-tesãos! Este jogo de palavras já tem tempo que tem estado presente e assim o vemos hoje, mas não há verdade mais certa em como fazemos as coisas; a Casa D? é um exemplo claro, o Stand HO nem se fala…. Mas agora que estamos a ponto de entregar uma das etapas da Casa do Lago, o confirmo mais uma vez. Projetamos e construímos com materiais básicos e damos sentido a eles ao usarmos de distintas maneiras, assim uma madeira de pinho se transforma em uma peça mais bonita, mais autêntica…dependendo de como a usamos; sem pretender cair em modismos que agora toooodo mundo faz, não… assim temos feito durante anos e me agrada a ideia de usar este adjetivo. A arquitetura que desenvolvemos, a fazemos literalmente com as mãos e a impregnamos de nossa essência, é aí de onde está a verdadeira otimização, da sustentabilidade…(As circunstâncias não tem levado a evitar o uso de materiais pré fabricados).
MATERIAIS Pisos de concreto, acabamento polido com cimento branco, paredes de tabiques claros, revestidos com cimento-areia e laje de concreto aparente, moldadada com madeira de terceiro uso. Sobre a laje, tivemos que adaptar a modulação segundo a madeira disponível, já que não se compraria madeira nova para molde, mantendo o critério de otimizar recursos. O tom branco destaca-se visto que é neutro e não chamativos. Todos os espaços internos tem as mesmas condições, pisos de cimento polido branco, paredes brancas, luminárias que retro iluminam a laje, e e tanto na cozinha, no banheiro como nos aposentos, projetou-se revestimentos de apoio feitas de tabuão de pino tratado com óleo de linhaça.
Além dos painéis de correr, o cubo onde se oculta o o tanque de água e o gás e que é a extensão do banheiro, também se forrou com taquara como acabamento.
PISCINA Mede 8mx5mx2m e é uma construção simples, que acompanha a casa e se construiu perto da fachada para que os usuários pudessem fazer uso dela praticamente desde a sala. A função da plataforma de rocha é basicamente de contenção da fundação da casa, depois de obter o nível desejado. Tomando em conta que o terreno tem uma inclinação importante, não poderia ser de outra forma.
REFLEXÃO SOBRE A OBRA CASA D? Nunca debes menospreciar ningún proyecto, de algo aparentemente ordinario, logramos, en nuestra apreciación, un producto extraordinario, sobre todo si tomamos en cuenta que el presupuesto para TODO no rebaso el ½ millón de pesos… La sustentabilidad no es una moda, ni se necesita que te certifiquen para que se desarrolle una arquitectura responsable en todo sentido, debe ser un acto de conciencia. La sustentabilidad va más allá de la implementación de sistemas de ahorro de energía, también está implícita la optimización de los recursos económicos para su construcción, además de garantizar un mantenimiento futuro libre de complicaciones.
Nunca deves menosprezar nenhum projeto, de algo aparentemente ordinário, tiramos, em nosso reconhecimento, um produto extraordinário, sobre tudo se tomarmos em conta que o orçamento para TUDO não chegou a meio milhão de pesos… A sustentabilidade não é uma moda, nem é necessário que te certifiquem para que se desenvolva uma arquitetura responsável em todos os sentidos, deve ser um ato de consciência. A sustentabilidade vai mais além que a implementação de sistemas de economia de energia, também está implícita a otimização dos recursos econômicos para sua construção, além de garantir uma manutenção futura livre de complicações.