Em terreno vago da área central do Recife/PE que foi loteada a partir de um sítio, mas que conservou a vegetação de porte original – fruta pão, azeitoneira, abacateiro – esta residência buscou preservar a maior virtude de um terreno com tal características. A sensação de se estar em uma mata em pleno centro de cidade. Um oásis em meio ao caos urbano. Para tal, buscou-se minimizar as ocupações e intervenções na vegetação existente e liberar ao máximo a ocupação do terreno.
Outro fator peculiar ao terreno determinou o sistema construtívo adotado. Este foi pensado em função da possibilidade de incorporação do lote pela dinâmica de crescimento da cidade e sua provável transformação futura em empreendimento imobiliário.
O uso de um sistema que fosse composto de peças pré-“fabricadas”, impediria a simples demolição da residência quando da venda do lote. Seria possível sua desmontagem e remontagem em outro local.
A residência foi organiza em três corpos distintos.
Um em alvenaria e concreto que agrupa as áreas molhadas – bwc’s, cozinha e serviço – e delimita a construção do limite do lote/vizinhança.
Outro corpo, suspenso e em madeira, que abriga as partes de estar “fechadas” da construção – quarto, estar e jantar. Sob este corpo estão estacionamento e terraço.
O terceiro abriga o sanitário do segundo pavimento e caixa d´água superior.
A articulação entre o térreo e o primeiro pavimento se dá pelo único elemento fechado do projeto no pavimento térreo que é o hall de acesso, escada. Delimitado por elementos vazados, a sensação fechada da caixa de escada é desmaterializada pela permeabilidade da luz, som e ventilação.
Essa caixa de escada ora nos dá a sensação de uma grande toalha de renda, ora de uma lanterna iluminada a partir de seus poros.
A caixa de madeira utiliza um sistema construtivo de tramas horizontais e verticais, comum das casas mais rudimentares de taipa às sofisticadas construções metálicas em steel frame. Montantes verticais, que unem piso a teto, estruturam ora linhas horizontais que funcionam como brises, ora o fechamento superior em assoalho de madeira.
A modulação desses montantes e a leveza dos fechamentos permitem posicionar as esquadrias junto ao piso de forma a filtrar o olhar dos edifícios que circundam a casa e enquadrar, na escala de quem está internamente sentado ou deitado, a ampla arborização do terreno.
O sanitário do 2o pavimento é um elemento autônomo, e sua locação foi condicionada pela vegetação existente e restrições legais. Essa edificação respeita a modulação estrutural do corpo em madeira. Neste elemento a estrutura é em concreto e o fechamento foi executado com placas recicladas. Este corpo se conecta ao de madeira através de passarela suspensa a seis metros do solo, no nível da copa das árvores.
- Etapa 1
- Data projeto – janeiro 2003
- Data conclusão obra – janeiro 200
- Área Construída - 150,00m2
- Fornecedores Etapa 1
- Madeira
- Madereira São Judas Tadeu
- Vidros
- Sanvidros
- Louça e Metais
- Deca
- Telha termo-acústica
- Eucatex
- Piso Cerâmico
- Elizabeth
- Etapa 2
- Data projeto – outubro 2007
- Data conclusão obra – junho 2008
- Área Construída – 225,00 m2
- Fornecedores Etapa 2
- Madeira
- Madereira Aurora
- Vidros
- Sanvidros
- Louça e Metais
- Deca
- Telha termo-acústica
- Eucatex
- Telhas e placas recicladas
- Alluse
- Piso Cerâmico
- Elizabeth
- Fotografos
- Etapa 1 : Leonardo Finotti
- Etapa 2: Mateus Sá – Canal 03