UMA PAISAGEM VERTICAL
A inspiração para criar essa paisagem arquitetônica nesta configuração urbana vem das especificações originais do projeto. Forte fragmentação vertical também fazia parte dos requisitos, como um skyline partido. Como demandado, a fachada sul conta com grandes aberturas de 6 por 10 metros, que estão integradas pela fragmentação vertical. Os volumes são separados verticalmente por rupturas. Estes espaços quebrados estruturam a organização do nível térreo e criam uma transparência entre os terraços e o Promenade des Provinces Françaises.
Ao longo deste, os volumes esculpidos são estruturados em dois níveis, um – mais baixo – no nível de uma das vias locais e o outro – mais alto – ao nível da Avenue des Terrasses. O corte mais baixo dos edifícios conforma uma única estrutura coesiva, que unifica o todo e provê uma base sólida para a paisagem vertical. As verticais são acentuadas pelo uso de materiais contrastantes para a fachada sul e para as superfícies internas.
A fachada sul apresenta uma camada contínua de vidro que age como uma estufa no inverno auxilia na ventilação durante o verão. Esta superfície de vidro se volta parcialmente para dentro na parte mais baixa da fachada, indicando a passagem do espaço urbano para o espaço do edifício. Os volumes, com seus planos verticais, horizontais e atravessados, conformam uma paisagem que é fragmentada, contudo coesiva em sua diversidade.
O todo parece talhado, esculpido em um material. A silhueta urbana é quebrada contra o pano de fundo do céu: cada volume é tão alto quanto necessita. Este é um sistema gerado da multiplicidade e do reconhecimento da individualidade.
A paisagem pode ser vista através das rupturas, ilustrando a profundidade dos blocos, evocando a próxima rua, mostrando pedaços dos outros volumes que, juntos, criam um novo sentimento urbano desejado pelos planejadores da cidade: uma cidade multifacetada e humana que sonha em ter um skyline como qualquer outra cidade grande.
FACHADA E MATERIAIS
As fachadas variam de acordo com suas orientações e situações. A pele dupla da fachada sul otimiza o ganho luz e calor solar e as lajes salientes servem o mesmo propósito, protegendo o interior do sol. Esta calada envidraçada unifica o volume do edifício. As janelas com brises dão substância à fachada, como um véu esticado sobre a diversidade destes espaços. Portanto, todos podem expressar coerentemente uma individualidade clara, enquanto se preserva a harmonia geral do edifício.
A pele duple transforma a fachada em um espaço de estar, potencializando o valor de uso dos apartamentos. Uma estufa no inverno, um espaço ventilado no verão, isso incentivará os ocupantes a experimentar este espaço da casa como parte de uma iniciativa ambiental pessoal. Os futuros habitantes destes apartamentos serão pioneiros deste novo modo de viver. Em direção à base do edifício esta dupla pele recua e se mescla com a fachada, formando um volume em balanço que se estende em direção à praça, acentuando a horizontalidade dos níveis.
Aberturas coloridas animam esta pele homogênea, uma manifestação de sua substância. Através de seu arranjo livre e aleatório, elas expressam simbolicamente a diversidade de vidas e trajetórias individuais. Suas profundidades e espessuras variam dependendo da fachada, adequando-se as condições solares. Seu tom quente e dinâmico está ligado aos volumes vermelhos dos edifícios vizinhos. São alegres e criam uma forte identidade para o edifício, afirmando-o como o habitat da futura geração de habitantes da cidade. As fachadas oeste, leste e norte são revestidas com concreto pré-moldado polido, para dar um efeito perolado claro. Elas contrastam muito com a fachada sul.
ARCADAS, TERRAÇOS E UM NOVO MODO DE VIDA
Os novos habitantes da cidade de hoje buscam contato com o exterior, com o sol e com o vento, retomando o contado com o mundo vegetal e ajudando do modo que podem a melhorar o ambiente. As estufas aumentam a área dos apartamentos, garantem calor no inverno e proteção contra os ventos.
As arcadas servem como transição entre o interior e o exterior, além de permitir a passagem entre cômodos; Elas também auxiliam na redução de ruído e melhoram o condicionamento térmico. Experiências em terraços urbanos em Cuba serviram como inspiração para os terraços verdes no sétimo pavimento, que servirão como jardins para os apartamentos que não tem fachada voltada para sul. Terraços coloridos oferecem áreas abrigadas ao ar livre nas cavidades da fachada.
Arquitetos: X-TU
Arquiteto Encarregado: Nicolas Desmazières, Anouk Legendre
Líder de Projeto: Nicolas Jomain
Informação Complementar:
Fomentador: EPADESA
Economia: CET
Hqe: Le Sommer Environnement
Acústica: Lasa
Área do terreno: 2,317 m²
Embasamento: 1,948 m²
Nº de Apartamentos: 164
Custo: 22.7 Euros/m + impostos
Localização: Nanterre, França
Área: 13,252 m²
Ano: 2012
Fotógrafo: Luc Boegly