- Área: 1060 m²
- Ano: 2008
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Fotografias: Luis Ferreira Alves
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Edifício Forrester, provável residência do Barão de Forrester, importante protagonista e acérrimo defensor do vinho do Porto, sofreu algumas intervenções ao longo dos anos.
A sua reabilitação representa um desafio relevante, no centro histórico da cidade do Porto: a recuperação de um edifício do século XIX, num local emblemático como a Praça do Infante, em frente ao Mercado Ferreira Borges.
O programa centra-se na transformação dos pisos superiores do edifício e sua adaptação para receber um piso de escritórios e sete habitações, duas em duplex. O piso de escritórios fará a transição entre o estabelecimento de restauração, no mesmo espaço do antigo Restaurante Comercial, e os pisos destinados à habitação, o que permite a livre utilização do restaurante sem reduzir o conforto das habitações.
O primeiro piso destina-se aos escritórios e faz a transição entre o estabelecimento de restauração e os pisos destinados a habitação, o que permite a livre utilização do restaurante sem reduzir o conforto das habitações. No segundo piso há um único apartamento T3 fortemente caracterizado pela pré-existência singular de um salão com acabamentos decorativos e uma lareira em ferro fundido antiga e original, ambos restaurados e integrados no contexto das soluções adjacentes de traço contemporâneo, mas também pela possibilidade de aceder a um agradável espaço exterior sem alterar a configuração original dos vãos, nem prejudicar de alguma forma a leitura visual do alçado sul; acede-se a uma grande Varanda constituída por uma delicada estrutura metálica e um deck em madeira.
O terceiro e quarto pisos são compostos por dois apartamentos T1; estes apartamentos procuram uma grande optimização espacial e, simultaneamente, tiram partido das duas frentes do edifício. Os últimos pisos são dois T2 duplex. Estes apartamentos, como todos os outros, desfrutam das duas frentes do edifício no primeiro piso do duplex, e aproveitam a frente nascente no último piso. A sua organização espacial confere-lhe um carácter versátil que pretende responder às necessidades do habitar contemporâneo, cada vez mais diversificado.
No cimo da cobertura em telha, optámos por redesenhar um lanternim análogo ao lanternim original existente. Nos alçados, a alteração determinante terá sido a escolha das cores. Nesta teve um papel fundamental a atenção dada ao importante painel de azulejos que o edifício tem ao nível do rés-do-chão e que faz uma espécie de moldura ao belíssimo revestimento existente em ferro.
Ao nível dos acabamentos, todos os espaços comuns são tratados condignamente, fazendo referência aos materiais tradicionais utilizados de forma contemporânea: a escada principal e os átrios de acesso às fracções têm apainelados de madeira lacados, vidros serigrafados com alusão ao Barão de Forrester, pormenorização rigorosa e iluminação com luzes indirectas. O seu desenho permite integrar (mascarar) todas as necessidades contemporâneas como são os quadros eléctricos, os contadores ou as caixas de correio.