Arquitetos
Localização
Parres, Asturias, EspanhaArquitetos Projeto Básico
Ophélie Herranz Lespagnol, Paul Galindo PastreArquitetos Projeto Executivo
Ophélie Herranz Lespagnol, Paul Galindo Pastre, Carlos Mínguez CarrascoÁrea
414.0 m2Ano Projeto
2012Fotografias
Cortesía de PYO Arquitectos
O projeto consiste na recuperação e ampliação de uma casa rural (CASA TMOLO) e em um curral com celeiro (EL PAJAR). A intervenção proposta para a CASA TMOLO responde a várias condicionantes: unificar em um volume único as estruturas agregadas ao edifício principal (autoconstruções de baixa qualidade), resolver o câmbio de rasante à sudeste e a obrigação em utilizar certos materiais (o que não implica, contudo, em uma forma determinada de construção). A resposta estrutural conserva e consolida as paredes de pedra existentes, mantendo sua função portante para receber em cima uma casca em concreto branco, que define os muros da planta do térreo, do pavimento superior e da cobertura.
A casca de concreto é recortada em diversos pontos para abrigar os elementos característicos da casa pré-existente: balcão em esquina, cavidades que iluminam uma galeria com pé-direito duplo orientada a sul, e aberturas para norte. Propõe-se, assim, uma re-leitura da construção tradicional do casarão asturiano composto por paredes de pedras no térreo e estuque branco em cima. Além disso, a construção da envolvente de concreto apoiada sobre as paredes de pedra permite criar grandes aberturas de luz no térreo e configurar um espaço característico da tipologia asturiana: o alpendre. Uma vez definida a envolvente, o espaço interior da residência se materializa através de uma estrutura metálica leve que se liga ou separa da casa em função das necessidades de luz e acessibilidade.
Deste modo, libera-se um espaço com pé-direito triplo na parte norte da casa, que permite a entrada de luz e a implantação de uma escada metálica que dá acesso às diferentes partes da casa. No caso do PAJAR, consolidam-se as paredes de pedra existentes e se introduz uma viga perimetral no pavimento superior que além de amarrar as paredes, resolve o apoio das placas de aço onduladas e das vergas das aberturas do muro. Por sua vez, a cobertura feita de concreto branco se apoia sobre os muros de pedra através de outra viga perimetral que coroa o conjunto da construção
A construção das fachadas é feita através de um sistema de folhas duplas com câmara de ar e isolamento interno. A superfície exterior é composta por pedra calcária cinza de espessura irregular (15-18cm) assentada com argamassa, unida a uma parede de tijolos vazados duplos, que se funciona como um painel de isolamento (6cm). A união destes planos com a superfície interior, também de pedra calcária cinza (15-17cm), forma um conjunto autoportante com uma espessura de 50cm. Na execução das paredes, reutiliza-se ao máximo as pedras da edificação original, em mal estado de conservação.
As paredes de pedra são amarradas por uma viga perimetral de concreto armado branco, cuja altura é de 50cm e a espessura 40cm, sobre a qual se apoiam tanto a cobertura de concreto como a estrutura metálica que compõe os pavimentos. No edifício anexo há uma viga perimetral com 50cm de altura e 35cm de espessura sobre a parede de pedra que apoia a cobertura de concreto.
Optou-se pelo uso de lajes mistas de telha metálica (steel deck) pois estas apresentam espessura reduzida, peso próprio reduzido e montagem rápida. As vigas sobre as quais se apoiam as chapas de aço ondulado são de tipo IPE330 de aço laminado. A chapa ondulada é de tipo PL76/ 383 com espessura de 1,2 mm, 76 mm de altura e espessura total contando a camada de concreto igual a 18 cm. Ao se tratar de um edifício construído por paredes rigidamente unidas entre si, considera-se o sistema de estabilização original adequado, não sendo necessária a adição de outro sistema. Sobre as cintas de amarração, são executadas as paredes de concreto armado branco de 30 cm de espessura, cujas fôrmas foram feitas de tábuas de pinos de 9 cm. Utiliza-se perfis de madeira para fazer a junção da parede de pedra com a de concreto e para marcar as distintas camadas de concreto do muro.
A cobertura da Casa Tmolo possui quatro águas e a inclinação é de 20º. Ela é feita com telha cerâmica vermelha curva de cozimento manual, mantendo a cor tradicional da região e cumprindo com os requisitos das normas locais. A cobertura do Pajar tem três águas, inclinação de 20º, e é feita com o mesmo material da cobertura da casa principal. Em ambas as construções as divisões interiores são feitas com divisórias de gesso laminado, aparafusadas em cada lado da estrutura metálica de aço galvanizado, de espessura total igual a 10 cm.