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Arquitetos: DATA [Architectes]; DATA [Architectes]
- Ano: 2010
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Fotógrafo:Cortesia de DATA [Architectes]
Descrição enviada pela equipe de projeto. Arquitetonicamente falando, a dificuldade deste tipo de programa é, obviamente, na acumulação das células idênticas, o que poderia ser chamado de "síndrome de hive".
Historicamente, o tecido urbano parisiense caracteriza-se pelas suas "ilhas",com seus profundos pátios internos que fornecem luz e ventilação para os edifícios. Entretanto, esta solução foi rejeitada pelos padrões de construção desenvolvidos sob a égide do movimento higienista do início do século XX. A laje de 12 metros a 45 graus tornou-se o arquétipo da cidade nesta época. Esta edificação procura atualizar este modelo, tornando-o compatível com os requisitos técnicos e ecológicos atuais.
O primeiro pensamento era o de construir um edifício compacto, não muito longe da idéia da simplicidade geométrica dos edifícios vizinhos, enquanto, ao mesmo tempo, enriquecendo-o com uma expressão construtiva enérgica, com a utilização de materiais e técnicas modernas. Essa decisão também favoreceu uma melhor utilização da terra, garantindo o acesso fluido através das ruas R3 e P1 e a implantação da massa construída, de acordo com as prescrições arquitetônicas estabelecidas pelo urbanista Bruno Fortier. A forma poligonal do edifício, que envolve-se em torno de um pátio central verde, distingue-se por uma "espessura", na sua base, sobre a qual se dá a circulação horizontal. Suas fachadas com vidros reflexivos permitem que a luz penetre no núcleo do edifício.
Um dos objetivos deste projeto é permitir luz natural e ar fresco (no verão) nos espaços de circulação horizontal. Isso se dá graças a aberturas criteriosamente distribuídas. A vegetação plantada nas floreiras suspensas caem em cascatas.
O edifício possui um seccionamento horizontal. Em ambos os lados do bloco central, que constitui o saguão - um espaço social - o piso térreo da residência consiste em dois outros blocos distintos: no lado norte, dando para a rua e praça Brillat-Savarin, há dois comércios. No lado sul, outro bloco acomoda as diferentes instalações técnicas. Entre esses blocos existem áreas de estacionamento para bicicletas.
Os pisos superiores são locadas em cima destes três blocos que constituem o piso inferior. Eles são divididos em dois estratos programáticos impostos: os três primeiros andares são dedicados a salas dos pesquisadores, os três últimos andares são designados como alojamento de estudantes, bem como habitação de algumas das instalações compartilhadas. Esta divisão do edifício é acentuada por uma ligeira mudança destes volumes entre si, por cerca de 60 centímetros. No plano estrutural, essa mudança é facilitada pelos andares que transferem as cargas. A fachada de concreto é isolada pelo exterior, os pisos são suportados por paredes de corte perpendiculares à fachada, com um espaçamento de 3,60 m para os três andares mais baixos e um espaçamento de 5,9 m para os três pisos superiores (um corte a cada dois quartos) .
A residência apresenta à cidade uma fachada que é tanto suave e profunda, marcada pelo ritmo das belas janelas altas, pelo menos duas por dormitório. Os quadros e as aberturas são completamente mascarados por uma pele exterior de alumínio anodizado, que acentua a limpeza das perfurações da fachada. O plano externo, um véu transparente de chapas de aço inoxidável corrugado interrompe a regularidade das fachadas, dando uma sensação de leveza e profundidade enquanto brinca com as variações de luz e cores de seu entorno imediato.
Estendendo o tema geométrico, duas ranhuras quebram a superfície do volume superior para criar dois terraços de uso coletivo. Os dois entalhes formados no volume do edifício possuem telhados verdes.
A decisão de construir um edifício compacto otimiza a eficiência térmica. As paredes espessas estocam o calor do dia e liberam-no durante a noite. Níveis de isolamento na construção podem atingir uma redução no consumo de energia correspondente a cerca de 30% em comparação com os regulamentos térmicos. O estabelecimento de mais do que 160m² de painéis solares térmicos como coberturas participam na produção de água quente. A água da chuva coletada dos telhados é estocada em um reservatório para uso sanitário e para irrigação dos jardins.
O edifício é certificado BBC, etiqueta H&E, com padrão A, que atende às expectativas de sustentabilidade estabelecidos no Plano de Proteção Climática para a cidade de Paris e faz uma contribuição significativa para o desenvolvimento futuro deste primeiro "Eco-bairro" da cidade.