1° Lugar: Memorial (texto fornecido pelos autores)
Premissas
Para se responder às condicionantes programáticas, urbanísticas e topográficas norteamos o partido do edifício, que abrigará a fapesc e a fatma, pelos seguintes critérios: - respeito ao lugar.
Primeiramente, nos preocupamos com o não construído, com o espaço negativo. O edifício deve responder à sociedade e ao meio ambiente sob as condicionantes do lugal. - definição de uma estratégia de ocupação
01. Inserir urbanisticamente um edifício na paisagem, sem negar quaisquer de suas faces.
02. Integrá-lo à cidade como um espaço disseminador de conhecimento e de proteção ambiental, disponibilizando espaços de convívio e contemplação.
03. Estabelecer clara ocupação do lote, integrada à topografia, resultando em uma intervenção que reforce e valorize a paisagem, os edifícios vizinhos e a escala humana.
04. Decidimos pela não ocupação com a massa edificada na divisa alta-leste do terreno, mantendo cerca de 50% da permeabilidade do terreno e implantamos o edifício na face baixa-oeste. - regeneração da natureza Ao mesmo tempo em que a massa construída se contrapõe à massa verde, permite o avanço regenerador da natureza que ocupa os vazios intencionalmente deixados.
Definida a estratégia de ocupação, implantamos a edificação nos baseando nos seguintes pontos:
01.Orientação solar: Evitamos que grandes superfícies de vedação tivessem incidência solar prolongada durante o dia. Desta maneira, orientamos o edifício no sentido norte-sul. No intuito de minimizar a incidência direta do sol da tarde, inclinamos a face oeste da edificação. Desta forma, criamos, também, um espaço que convida o pedestre a entrar no edifício
02. Apropriação das vistas Por estar em uma cota alta, o terreno propicia vistas privilegiadas do mar e dos morros de florianópolis. Assim, incorporamos as diferentes visuais do lugar, no projeto, de forma democrática e as oferecemos aos usuários.
03.Valorização do pedestre promovendo o encontro e a reflexão A disposição da edificação, além de convidar de forma fluída o pedestre a entrar, gera dois espaços que promovem o convívio e o contato com a natureza instigando a comunidade à reflexão sobre “ o cuidar”.
2°Lugar: Memorial Descritivo Conceitual (texto fornecido pelos autores)
A condição natural de um lugar é sempre única. Topografia, vegetação e condições climáticas nunca se repetem em um sítio. A área do Parque Tecnológico e o terreno destinado à implantação das sedes da FATMA e FAPESC apresentavam uma singular beleza em sua origem. Resta ao projeto a proposição de uma nova beleza, considerando que a vegetação natural foi perdida. Esta nova beleza deve partir de um diálogo com a geografia, e com os percursos públicos do campus através do terreno. Deste modo, o projeto se desenha como conciliação entre estes elementos e a arquitetura do edifício.
O Partido arquitetônico propõe uma clara divisão entre a sede da FATMA e da FAPESC, através da introdução de um pavimento livre de acesso público, sem prejuízo da demanda por acessos controlados e da privacidade das áreas de trabalho. Este movimento se destina a reconstruir a topografia depois das necessárias escavações, e a recuperação dos percursos pedestriais através do sítio.
Pode ser compreendido como uma generosidade das instituições que alí estarão instaladas, uma gentileza urbana para com o campus. Esta decisão de projeto satisfaz a demanda pela criação de interfaces permeáveis entre o espaço público e o privado, de modo a promover a interação entre ambas as esferas*. Também serve quanto ao incentivo à diversidade e complementaridade de usos e atividades urbanos* e quanto ao respeito à paisagem e atenção aos impactos decorrentes da intervenção sobre os visuais da área*, na medida em que o projeto não apresenta externamente muros de arrimo ou empenas cegas. (* Diretrizes urbanístico-arquitetônicas gerais para intervenção – anexo 1 do edital).
Portanto, ao invés de desenhar o Pilotis na cota indicada, nesta cota se implanta a sede da FAPESC – em dois pavimentos – e o saguão principal de altura dupla. Este conjunto se configura como base do conjunto arquitetônico. O Pilotis se situa na cota 22.50, de maneira que sua acessibilidade integral se torna possível a partir da rua – através de rampa – e das cotas superiores do terreno em sua fronteira sul.
A sede da FATMA se instala em uma torre de 4 pavimentos, isolada da base pelo Pilotis. A arquitetura do edifício responde à demanda do edital quanto ao caráter icônico, enquanto expressão das atividades desempenhadas pelas instituições e o que representam para o desenvolvimento da sociedade catarinense.
Uma tal expressão recorre inevitavelmente às melhores experiências da arquitetura brasileira, que serve da engenharia estrutural de vanguarda para manifestar-se através do desenho virtuoso de balanços e vãos livres.
O edifício é ao mesmo tempo modesto – em seus elementos de linguagem – e exuberante – no que tange à sua expressão estrutural.
3° Lugar: Memorial (texto fornecido pelos autores)
A solução global adotada no projeto responde a um só tempo às condicionantes impostas pelo site, pelo marco legal existente, pelas premissas que compõem os termos do edital, ao caráter da arquitetura que se pretende para a Sede da Fatma – Fapesc.
O que se propõem não é somente um edifício, mas um somatório de soluções que configuram um conjunto arquitetônico. Conformam um todo coeso e relacionado entre suas partes e com a cidade. Desenvolvemos o projeto arquitetônico para atingir a máxima eficiência em todos âmbitos: ambiental, estrutural e funcional .
As questões da adequação climática, o conforto ambiental e a eficiência energética foram incorporadas ao projeto desde análise do terreno de intervenção que influenciaram decididamente o lançamento do partido, o posicionamento dos itens do programa, a coerência na escolha dos materiais em função das demandas de desempenho energético entre tantas outras escolhas e estratégias.
O Edifício esta concebido para que se imponha como uma referência positiva no contexto de toda a cidade. Também, desde dentro do condômínio, que sua presença fosse respeituosa e harmônica no contexto geral. O Embasamento esta constituído pelo Pavimento Térreo, Mezanino e Pilotis. Possuirá caráter público e esta concebido para permitir múltiplos usos, espaços de conforto, estar e permanência. Estendem-se entre espaços fechados e abertos e convidam para a sua apropriação.
No térreo estará o salão de recepção e foyer que é o âmbito de chegada e através dele se poderá acessar o complexo de eventos constituído pelo auditório e mini-auditório e ao núcleo de circulação vertical.
No mezanino localiza-se o café que partindo do espaço interno, lança-se por sobre o auditório em amplo plano para contemplar a paisagem. No pilotis, igualmente dotado de terraços abertos a biblioteca concebida para poder ser utilizada igualmente por todos os usuários do Parctec Alfa.
A Torre constituída por 6 pavimentos recuamos ao máximo além do recuo frontal mínimo. Destaca-se da massa construída ao apoiar-se em somente 4 pilares. Receberá os programas específicos da FATMA nos 4 primeiros pavimentos e da FAPESC nos dois últimos. Sua fachada Oeste, que debruça-se às vistas mais exuberantes possuem espaços de permanência que qualificam os seus espaços interiores.