Reabilitação do Seminário Mayor de Comillas / Ortiz, Barrientos, Fernandez, Abascal, Muruzábal, Pesquera, Ulargui

© Duccio Malagamba

Reabilitação do Seminário Mayor de Comillas / Ortiz, Barrientos, Fernandez, Abascal, Muruzábal, Pesquera, Ulargui - Mais Imagens+ 26

Descrição enviada pela equipe de projeto. Nas últimas décadas do século XIX, impulsionada pelo Marquês de Comillas, a cidade tornou-se um laboratório do brotamento do modernismo catalão. O seminário começou com traços modestos do jesuíta e engenheiro Miguel de Alcolado, intervindo mais tarde Joan Martorell e Lluís Domènech i Montaner, que confere ao edifício a monumentalidade e o estilo desejado.

© Duccio Malagamba

O edifício, uma faculdade, possui dois claustros com as dependências funcionais e um corpo central com os espaços mais institucionais e significativos.  Após seu abandono nos anos 90, apresentava uma condição lamentável de conservação. Os espaços arquitetônicos mais notáveis, átrio, auditório e igreja e suas fachadas tinham alterações mínimas, ainda que com um importante deterioramento devido ao passar do tempo e da falta de uso. O resto dos espaços haviam sofrido múltiplas intervenções que desvirtuavam a clareza aparente que o tipo arquitetônico claustral promete. As patologias provocadas por uma construção excessivamente experimental no seu momento exigiam uma rápida atuação. O projeto propõe dois graus de intervenção complementares em duas áreas diferentes do edifício.

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Por um lado, a manutenção e conservação dos espaços de maior valor artístico, situados no corpo central,  com uma restauração trabalhosa para devolver seu esplendor original. A intervenção se enriquece com pequenas atuações pontuais que pretendem qualificar e recuperar os espaços, superando as restrições impostas pela solução tipológica, com um corpo central excessivamente limitado pelas claustros. Abrem-se buracos procurando permeabilidade entre as partes do edifício, se dá maior autonomia formal à igreja, projetam-se novos revestimentos e pavimentos que convivem com naturalidade com as paredes modernistas e recriam-se um espaço mágico embaixo da cobertura, no auditório.

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Por outro, apresenta-se uma reabilitação mais intensa nos claustros, tentando transformar seu caráter opressor. Não há necessidade aqui de colocar o mesmo esforço restaurador, propõe-se intervir com maior liberdade, introduzindo com naturalidade os novos programas e tecnologias requeridas. Demole-se o interior do edifício e se constrói em seu vazio. As fábricas das paredes que permanecem adquirem toda a sua expressividade. Isso resolve a maior parte do projeto com a construção de um novo muro técnico, seguindo os vestígios da antiga  e obsoleta muralha intermediária.

Planta Térreo

A nova muralha articula a relação funcional e visual entre salas e claustros, através da ordem sistemática de seus buracos. A parede consiste de duas telas de concreto branco onde se apoiam as lajes vistas, agindo no conjunto como uma árvore de escoras que apoia as fachadas originais restauradas. A muralha organiza em repartições a intervenção e permite que, por seu interior oco,  o edifício "respire" e  as instalações transcorram. Uma parede lisa, como um "estuque" de concreto reflete a luz e contrasta com a alvenaria de textura acentuada das paredes originais. A parede é dobrada no último andar criando um grande dossel, abaixo do qual se desenvolve uma galeria envidraçada no perímetro que aumenta a funcionalidade das salas desta planta, qualificadas pela eliminação da minuciosamente desenhada cobertura, convertendo as coberturas em claraboias inesperadas . As plantas se  organizam com a nova parede e o arranjo dos núcleos de comunicações e serviços, dispostos precisamente nas torres, gerando espaços flexíveis, que podem ser alocados para usos múltiplos. Os novos espaços são complementados pela igreja, que deve se tornar o grande salão.

© Duccio Malagamba

Os novos usos exigem um grande espaço de instalações que se construiu sob o antigo campo de futebol, aproveitando a topografia, em uma longa carreira que repete o comprimento do Seminário. Na reabilitação do corpo central e das fachadas, vale a pena notar as intervenções estruturais ocultas, as restaurações artesanais de vidros, pinturas, bronzes, rebocos ... e o surgimento de novos materiais, mosaicos in situ, rodapés de nogueira, azulejos de Cumella.... Nos claustros o concreto aparente da parede e das lajes adquirem todo o protagonismo, contrastando com os caiados das fábricas históricas. Os pisos são de pinheiro Douglas, a cobertura se resolve com vigas reforçadas de grande vão. Em uma primeira fase, restaurou-se o claustro oriental e parte do corpo central. Acreditamos que a continuidade imediata das obras permita recuperar um edifício tão importante. 

Corte

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Localização do Projeto

Endereço:Comillas, Cantabria, Espanha

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Sobre este escritório
Cita: "Reabilitação do Seminário Mayor de Comillas / Ortiz, Barrientos, Fernandez, Abascal, Muruzábal, Pesquera, Ulargui" [Rehabilitación del Seminario Mayor de Comillas / Ortiz, Barrientos, Fernandez, Abascal, Muruzábal, Pesquera, Ulargui] 20 Jan 2013. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-92564/reabilitacao-do-seminario-mayor-de-comillas-slash-ortiz-barrientos-fernandez-abascal-muruzabal-pesquera-ulargui> ISSN 0719-8906

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