Em meio à Serra do Itapeti, no município de Mogi das Cruzes, foi escolhido o local para a construção do atelier de arquitetura.
A ocupação foi orientada pelo terreno em desnível e com muitas árvores de modo que não se alterasse o perfil natural do solo, e não fosse necessária retirada de espécies arbóreas já consolidadas.
Procurou-se utilizar materiais simples e de baixo custo, que não necessitasse mão-de-obra especializada, mas cujo produto final resultasse em um trabalho estético bem elaborado a partir da aplicação desses materiais.
O bloco de 8x8m pousa sobre o terreno, sustentado por quatro pilotis. Aplicou-se sobre ele o emboço sarrafeado com pintura preta nas faces externas e branca nas internas. O volume da caixa d’água, que abriga o lavabo e a copa, é o elemento vertical anexo ao corpo principal é revestido externamente por chapisco grosso e pintura na cor branca e internamente por emboço sarrafeado e pintura preta.
O acesso se dá por uma passarela de madeira. A fachada sudoeste é composta por painéis em tábuas de demolição de variadas larguras e pelo volume da lareira em concreto sarrafeado, além do volume da caixa d’água. A face nordeste, voltada para a mata, possui caixilhos em vidro, abrindo o atelier para a paisagem. Os elementos de concreto vazados compõem as outras duas fachadas.
Para o piso foi escolhido o cimento queimado cinza, com ripas de ipê formando um desenho que funcionam como elementos de dilatação.
A cobertura é constituída por telhas metálicas termo-acústicas, pintadas de branco, clareando ainda mais o ambiente interno.
A implantação do atelier, com a menor interferência possível no local, em razão do ambiente natural existente no terreno, demonstra de forma concreta o conceito utilizado em todos os trabalhos elaborados pelo escritório: a aplicação de soluções e acabamentos simples, mas com estética sofisticada.
- Prêmio o Melhor da Arquitetura 2009.
- Premiação IAB/SP 2010 – Menção Honrosa – Categoria Edifícios/Obras Construídas – Comercial