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Arquitetos: RAIN Studio of Design
- Área: 760 ft²)
- Ano: 2022
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Fotografias:Yash R Jain, Ekansh Goel
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Fazenda Karai foi concebida para proporcionar uma experiência de viver nas palmas da mãe terra. Construída de forma artesanal, esta casa de fim de semana localizada na vizinhança serena da costa de Kuvathur, a cerca de oitenta quilômetros de Chennai, foi concebida como um experimento simples com técnicas que pareciam nativas, mas contemporâneas da região. Isolada da civilização, o bater das ondas e a quietude persistente que prevalece no local foram uma inspiração que ditou o conceito do projeto desde os estágios iniciais. Portanto, o volume construído permite intencionalmente a exposição dos elementos para alcançar uma presença inata no entorno.
Situada nas proximidades do mar, a unidade habitacional foi projetada para permanecer escondida em uma densa vegetação e emoldurada por espelhos d'água. Uma abordagem contemporânea da forma de casa tradicional 'naalukettu', o pátio dá vida à casa, além de desempenhar um papel passivo no ajuste do microclima. O briefing dos clientes incluía quatro quartos com banheiros anexos com vista garantida para o mar. Os quartos e outros espaços de convivência, como a sala de jantar e a cozinha, estão organizados em torno do pátio linear. A sala de estar no nível superior cria um palco para contemplar o mar e o horizonte além. O 'mutram' ou o pátio com o corredor abraçando seu perímetro atua como um espaço multifuncional, para descansar, fazer uma pausa e olhar para o céu acima.
Os telhados inclinados em quatro direções, compostos de telhas Mangalore intertravadas, cobrem os quartos que se estendem até as circulações. O teto inclinado é intercalado por junções de cobertura plana em forma de U invertido, embutidas com faixas de vidro, configurando padrões caleidoscópicos de luz solar. A sala de jantar e a ante-sala que levam à escada permitem que a brisa flua para o pavimento superior, dispostas sob um telhado de laje com vasos de barro como enchimento, permitindo o resfriamento passivo. As colunas de aço leve pintadas sustentam o telhado, conectando-se a vigas que funcionam como calhas que coletam a água da chuva. Ladrilhos Mangalore pré-usados em permutações arbitrárias foram usados nas paredes robustas. Os óxidos coloridos, ou seja, vermelho, azul, verde e amarelo, marcam um tom diferente para cada cômodo, que é conectado pelo pátio central, e parecem ser idênticos a um jogo de tabuleiro na planta.
Um processo de mãos dadas envolvendo a equipe de arquitetura e a equipe de construção levou à inovação em muitas frentes. Uma das intenções do projeto era explorar técnicas tradicionais regionais e reutilização de materiais de construção recuperados de maneiras não convencionais. Um Tetris de velhas persianas que formam as portas e o revestimento composto de um mosaico de pedaços de pedra descartados é um testemunho disso. Consequentemente, o treinamento da mão de obra local no uso de técnicas estabelecidas há muito tempo, como argamassa de barro, acabamentos de óxidos e telhados de telhas Mangalore, foi um processo mutuamente benéfico para o estúdio também.
Um olhar atento foi dado aos detalhes para mostrar a materialidade e as texturas em sua forma bruta. Composições de cerâmicas Mangalore pré-usadas, unidas por argamassa de barro, formam a maioria das paredes, criando volumes terrosos que contrastam com o cenário verde e exuberante. Os blocos de terra estabilizada comprimida (CSEB) adquiridos em Auroville foram feitos para corresponder à altura e às proporções dos ladrilhos de Mangalore. Em uma tentativa de obter um pouco do sol de verão nos espaços, peças de vidro temperado cortadas foram inseridas em trechos do telhado.
A tatilidade dos materiais usados vem no sentido mais amplo dos muitos elementos menores que foram cuidadosamente elaborados a partir de objetos recuperados. Cerca de sessenta e duas venezianas de janelas de casas demolidas foram reaproveitadas e usadas como módulo em combinações variadas para criar novas portas e janelas. Vinte dessas pequenas venezianas de madeira formam a porta de entrada principal, cada uma delas destacada por maçanetas de latão provenientes de utensílios domésticos. A soleira dos fundos é marcada por uma imitação simplificada da tradicional porta entalhada de madeira, vista na típica casa sul-indiana, mas com uma pitada de azul.
Os banheiros são iluminados pela iluminação natural que flui para o espaço, iluminando as tonalidades das superfícies de óxido pigmentado. As torneiras de latão pré-cromado foram instaladas sem o revestimento fundido de fábrica, cuja ausência permite a oxidação e a formação natural de pátina. Um vaso utilitário de alumínio substitui a cuba que fica sobre a bancada de óxido colorido, cujas cores variam em cada cômodo. Os tubos de ferro galvanizado expostos na área do chuveiro e o piso de pedra de Cudappah solto aumentam ainda mais a sensação bucólica.
Os acessórios foram detalhados sob medida para complementar e contrastar o espaço. Itens de importância na residência do sul da Índia, como o "kuthhuvilakku" (lâmpada a óleo tradicional) e o "kudam" (pote usado para transportar e armazenar água) de latão, foram transformados de forma lúdica para cumprir a mesma finalidade para a qual foram originalmente criados, ou seja, o primeiro como uma luminária e o segundo como um bico que enche de água o lago de lótus. Em teoria, uma coluna cônica esculpida de forma intrincada sustenta o teto do Outram, representado como uma versão abstrata de aço escalonada em seções. O 'vilakkumaadam' ou o espaço reservado para as lâmpadas, é moldado de forma divertida em concreto colorido e encapsulado nas paredes de azulejos, criando nichos de prazer.
