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Arquitetos: Juliana Godoy
- Área: 600 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Eva Broekema
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Exposição “O silêncio das línguas cansadas", com curadoria de Raphael Fonseca, reuniu o trabalho de treze jovens artistas nascidos no Brasil, na galeria de arte Framer Framed em Amsterdã. As noções de saudade, cansaço, repetição e fantasia aparecem de diferentes formas em pesquisas que, em lugar de ilustrar o que poderia ser a "arte brasileira contemporânea", contribuem com a demonstração de sua complexidade.
Localizada à beira do canal Ringvaart, a galeria ocupa o espaço, onde antigamente funcionava uma fábrica de gás. Um edifício composto por duas grandes naves com 11,50 m de pé direito que, assim como todo o seu entorno, passou por uma requalificação executada pelo município.
A fim de romper com a ortogonalidade industrial do galpão e abarcar todas as obras bidimensionais da mostra, o projeto expográfico propõe uma estrutura única a 30 graus das paredes existentes. Os fechamentos das paredes, os quais em nenhum momento são completamente sólidos, convidam as visitantes a se olharem entre obras e a circular entre painéis, uma vez que, em determinados momentos, é possível atravessar a estrutura e trazer o movimento do corpo como parte intrínseca da exposição.
Todo o material do projeto foi reutilizado de exposições anteriormente realizadas no mesmo espaço. Chapas, estruturas e fechamentos foram adaptados para evitar o descarte e otimizar o uso dos elementos existentes. A estrutura de sarrafos de madeira é composta por junções que se repetem e criam um ritmo próprio. Os fechamentos dos painéis, bem como as bases para obras, são feitos numa mescla entre MDF e OSB com dimensões desenhadas obra a obra, privilegiando sobretudo a permeabilidade do espaço e a real necessidade de seus usos.