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Arquitetos: Mario Cucinella Architects
- Área: 4000 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Duccio Malagamba
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto de sete anos para a Fondazione Luigi Rovati marca a conclusão da renovação e remodelação do Palazzo Bocconi-Rizzoli-Carraro do século XIX de Milão pelo arquiteto Mario Cucinella. As novas galerias subterrâneas da coleção etrusca da Fundação estão no centro dessa inovadora adição à vida cultural e cívica da cidade, localizada no Corso Venezia, 52. Além das galerias etruscas, o museu de arte da Fondazione Luigi Rovati possui dois andares de espaços para exposições, instalações de conservação, um arquivo, uma sala de estudo conectada à Biblioteca da Fundação Luigi Rovati em Monza, salas de eventos, uma livraria, um café e um restaurante no último andar.
Duzentas obras-primas da coleção da Fundação - artefatos etruscos antigos - são exibidas em bases feitas sob medida, projetadas por Mario Cucinella, dentro das galerias revestidas de calcário dos espaços sob o palazzo. Em exposição há urnas cinerárias, vasos, joias e bronzes, incluindo o famoso Guerreiro Cernuschi, um deus votivo datado do final do século VI ao início do século V a.C.. Obras de artistas contemporâneos, como Alberto Giacometti, Pablo Picasso, Arturo Martini, Lucio Fontana e William Kentridge, são exibidas ao lado de artefatos criados entre dois e três mil anos atrás.
Composto por três "cavernas" circulares e uma elíptica com cúpulas, a forma e a materialidade do piso Hypogeum estão enraizadas nas tumbas etruscas de Cerveteri (no Lazio moderno) e moldadas pelas características físicas das pedreiras de Firenzuola, a fonte toscana de calcário pietra forte fiorentina azul-cinza incrustado com escamas de mica brilhantes, que definem a arquitetura das tumbas etruscas e das galerias do século XXI.
Uma escada enigmática de pedra serve como ponto de entrada para o piso Hypogeum a partir do hall da Fundação no nível da rua. Este é composto pela bilheteria, um café bistrô e uma livraria com acesso a um jardim no pátio projetado pelo estúdio Greencure Marilena Baggio (Milão), desde o qual o contorno das cúpulas do museu é visível. Um mezanino abriga os escritórios da Fundação Luigi Rovati.
O piano nobile foi rearranjado e restaurado com sensibilidade e intervenções contemporâneas consideradas pelo arquiteto Mario Cucinella. O segundo andar abriga eventos e exposições temporárias. O terceiro andar abriga o restaurante Andrea Aprea, nomeado em homenagem ao célebre chef milanês. A coleção de estudo da Fundação é mantida no subsolo abaixo do Hypogeum.
Esta jornada arquitetônica através do tempo e da cultura, conectando vida e pós vida, passado, presente e futuro por sete andares, envolveu um desafio de engenharia. "Em um determinado momento, o prédio estava virtualmente suspenso no ar", diz Mario Cucinella, referindo-se ao período em que a superestrutura do palazzo foi equilibrada em esbeltas fundações temporárias enquanto o volume para o museu subterrâneo e o pavimentos de serviços abaixo dele eram escavados. "Coincidentemente", acrescenta Cucinella, "esse tema de suspensão também é aparente no conceito das galerias de arqueologia etrusca. Queríamos criar uma atmosfera suspensa. É por isso que os vasos etruscos repousam em bases quase invisíveis, dando a impressão de que estão flutuando no ar".