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Arquitetos: DARP (De Arquitectura y Paisaje)
- Área: 470 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Mauricio Carvajal
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Fabricantes: Alfa s.a, Argos, Ladrillera Santafé, Trimble, Willtex
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto fica localizado no município de El Retiro (Antioquia, Colômbia), em um platô na parte inferior de um terreno inclinado, cercado por vegetação e uma pequena floresta na parte superior. Ele é proposto como um sistema espacial que, a partir de uma única seção extrudida, é capaz de resolver todas as necessidades espaciais e de relações da casa. Todo o programa foi desenvolvido a partir dessa ideia simples.
Foram propostas três volumes longitudinais paralelos às cotas cotas do terreno que se deslocam e perfuram para articular os diferentes espaços da casa entre si e seu entorno. O programa foi setorizado nesses três volumes, uma primeira nave social e de serviços, uma de dormitórios e um pavilhão central como articulador das outras duas. Acesso é feito por este último, um volume "vazio" formado pelo hall, o pátio interno e o escritório, espaços sem paredes, apenas delimitados por divisórias de vidro que permitem a continuidade da paisagem.
O esquema funcional da casa resgata e reinterpreta a estrutura de casa de pátio tradicional proveniente da arquitetura da colonização local. O pátio é composto por um jardim de plantas aquáticas e vegetação nativa que atua como o coração do sistema permitindo as conexões visuais (transparências), além de melhorar as condições de iluminação e ventilação da casa.
O acesso ao primeiro pavilhão se da através do hall, de onde se desce paralelamente à topografia para ganhar altura nas áreas sociais e de serviços, e esses espaços envidraçados se abrem completamente para o terraço coberto e o jardim de fora.
Na última nave ficam os quartos e espaços mais íntimos do programa, resguardados do barulho da via perimetral ao terreno e em relação direta com a montanha e a floresta. Os quartos se estendem para fora através de um terraço alongado com vegetação gerando três ambientes.
A casa abre em sentido norte-sul suas fachadas longas e em sentido leste-oeste (poente e nascente) suas fachadas mais curtas. Como estratégia, foram previstos terraços cobertos no extremo oeste, não apenas como extensão dos ambientes internos, mas como mecanismo de proteção solar, permitindo dessa maneira abrir os espaços de maior hierarquia da casa à área com melhores condições paisagísticas do terreno.
Em termos de materialidade, o projeto é rigoroso e parte da modulação do bloco de tijolo (10x15x30) para estabelecer um único módulo espacial de 1,8 m por 6 m, dessa maneira se racionaliza o uso de todos os elementos construtivos otimizando recursos e evitando desperdícios na obra.
A casa propõe diferentes formas de se relacionar com o entorno, e as superfícies de tijolo atuam como filtros da paisagem e contribuem para definir o caráter de cada um dos espaços.
As paredes em alvenaria que conformam cada um dos três pavilhões se caracterizam pela espessura, em um sistema de saliências e reentrâncias que enfatizam a modulação estrutural e aportam texturas a partir da luz e da sombra. Foram propostos materiais simples como tijolo aparente, madeira, vidro e metal, que garantem sua durabilidade ao longo do tempo e contribuem para a riqueza espacial a partir das cores e texturas.