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Arquitetos: Arquea Arquitetos
- Área: 1090 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Eduardo Macarios
Descrição enviada pela equipe de projeto. Foi com entusiasmo que recebemos o convite da tradicional Galeria Simões de Assis para o projeto de um novo espaço em Curitiba a partir de um imóvel já existente. A reforma, do ponto de vista da sustentabilidade, é o caminho mais lógico em termos de aproveitamento, uso de recursos naturais e foco em soluções. Acreditamos que ressignificar espaços é e será um exercício cada vez mais importante para as cidades.
O pavimento térreo possui um pé direito alto e variado. Na região do mezanino, na entrada, tem mais de 7m de altura, com 4m de altura no restante da área interna. São dimensões que permitem a exposição de obras e instalações de grandes dimensões, aumentando possibilidades expográficas para a galeria.
A planta, simples e simétrica, apresenta duas grandes salas com grande adaptabilidade aos espaços expositivos. Um balcão com um café e sala de estar no eixo central apontam para a intencionalidade de um espaço de conversas, encontros, absorção e assimilação. O andar superior se divide entre espaços administrativos e uma grande sala expositiva junto ao mezanino – que traz possibilidade de conexão entre mostras.
O imóvel já possuía uma fachada de vidro que optamos por manter em grande parte para tornar a galeria bastante visível da rua e criar conexão entre obras expostas internamente com o contexto externo, da rua e das pessoas. Assim propusemos duas intervenções de fachada: substituição da porta para facilitar a logística das montagens e inserção de uma pele metálica em frente ao vidro, criada a partir de chapas de metal perfuradas. Essa nova pele possibilita a proteção solar para as obras sem que se perca a transparência da fachada.
No recuo frontal (espaço entre a calçada e o edifício) existe um desnível considerável. Ali buscamos um desenho de paisagismo que imprimiu unidade e continuidade ao espaço, que é originalmente recortado pelos acessos. Assim, fizemos uma escada que vence o desnível e se prolonga em toda fachada, transformando-se em canteiros e propondo uma espécie de pódio ou pedestal para o objeto construído em si. Procuramos criar um projeto que se equilibra entre valorizar o bem artístico e aproximá-lo do público que transita em frente à galeria, proporcionando um momento transformador, mesmo que breve, de contato com a arte.