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Arquitetos: Sou Fujimoto Architects
- Área: 9000 m²
- Ano: 2021
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa da Música Húngara, no coração do Parque da Cidade de Budapeste, não é apenas um museu, mas uma visão maior que abrange passado e futuro, pessoas e cultura, natureza e ciências musicais. Não se trata de exibir, mas de convidar, afastando-se da contemplação simples para sugerir participação e interação. A essência do som e da música, a audição, pode ser trazida de maneiras muito mais profundas. Longe dos espaços de exposição convencionais, salas de aula ou salões de eventos, escolhemos deixar a arquitetura acolher os visitantes ao longo de seu percurso. Sem um caminho claro, os visitantes perambulam pelo museu, como fariam pelo parque, invadindo o espaço com um fluxo contínuo cuja intensidade varia ao longo dos dias, assim como o som permeia o local, reverberando nas superfícies, correndo pelas paredes.
A Casa da Música Húngara é também a visão de um museu do século XXI, altamente integrado ao ambiente em todos os sentidos, ecologicamente amigável e esteticamente adequado à paisagem e à alma do parque. Essa visão do século XXI coloca ênfase no ato de se encontrar e compartilhar, independentemente dos motivos que levaram as pessoas a este lugar: estudar, ouvir, executar, tocar ou trabalhar, todo mundo tem um lugar para ensinar e aprender. O projeto, por suas qualidades arquitetônicas e por permitir que o ambiente penetre no coração de cada visitante, torna-se um símbolo das fronteiras abertas de hoje, a liberdade física ou eletrônica de viajar e se comunicar ao redor do mundo.
Ficamos surpresos com a abundância de árvores no Parque da Cidade, onde o museu está localizado. Elas se reúnem para criar uma floresta contínua e densa, às vezes afastando-se uma da outra para se abrir e deixar as pessoas verem o céu. Um pedaço de natureza cheio de história, mas com uma sutil aparência selvagem, variando ao longo das estações. Fomos inspirados pela sala moldada pelas árvores e como sua folhagem densa e generosa a cobre e protege, deixando, às vezes, raios de sol atingirem o chão.
Nosso projeto encontra sua forma naturalmente entre as copas das árvores. Seu volume circular levita suavemente, voltado para todas as direções, liberando o térreo para receber pessoas de todas as partes, enquanto suas perfurações deixam a luz natural passar, assim como os raios de sol que atravessam as folhas de uma floresta.
Atividades como concertos e outros eventos acontecem sob o volume flutuante, para que todos possam ver e ouvir, atraindo grandes multidões. Este térreo aberto, onde os limites entre espaços internos e externos desaparecem, é pensado como a continuidade da paisagem, cujas áreas verdes irradiam como as ondas sonoras. O visitante vagueia livremente entre o museu, entre as árvores, ao longo das curvas das paredes, subindo e descendo a grande escadaria em espiral, embalado pelas vibrações dos espaços e pelas suaves variações da luz solar. Encontros surpreendentes pontuam os caminhos, assim como as notas inesperadas de uma melodia, seguindo um movimento ininterrupto que une suavemente o museu, o parque, as pessoas e a música, tornando a experiência do visitante única.