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Arquitetos: Marieta Ferber
- Área: 200 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Leila Viegas
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Fabricantes: Alemão Granilite, Creudimar Carvalho, Dalle Piagge, Deca, Mafessoni Móveis, Tressuno, Zanchet Madeiras
Descrição enviada pela equipe de projeto. Era uma casa antiga na Vila Romana, em São Paulo, em um terreno estreito e comprido de 125m².
A principal demanda da família era reorganizar os ambientes, conferindo bons espaços de convívio, mas sobretudo a privacidade e autonomia dos moradores, sendo uma das filhas já adulta e independente. “Além disso, era importante que a casa tivesse mais vitalidade e muita luz natural.” A casa era geminada de um lado e do outro possuía um corredor em todo comprimento - a saída para o respiro, para o verde, o ar e a luz. A ideia foi abri-la o máximo possível para este corredor com caixilharia metálica e plantar em toda extensão.
“A proposta teve como partido características modernistas - aberturas proporcionando mais generosidade aos espaços, com menos divisões, liberando horizontes internos e externos e estruturas leves e aparentes.”
Após os estudos preliminares apresentados, iniciamos o anteprojeto em paralelo ao calculista que prospectava a estrutura. Foi então que veio a notícia de que a casa era de tijolo estrutural e novos caminhos tiveram de ser pensados.
“A fachada foi inspirada nas conhecidas platibandas das casas do Brasil profundo, por onde andei trabalhando e amando cada detalhe.” Os beirais em concreto conversam com outros elementos da casa fortalecendo a identidade do projeto.
A implantação em um terreno declive, com um andar abaixo e um acima do nível da rua, fez da circulação o elemento fundamental na reforma. Foi projetada uma escada interna em estrutura metálica, dialogando com os novos caixilhos, e outra externa que parte do corredor lateral.
A cozinha e a entrada da casa, que além de garagem se transformou em espaço de estar, foram integradas através da extensão da bancada da cozinha para área externa, e mediadas por um caixilho. Criamos uma paleta em tons lavados, que aparece nos ladrilhos do piso, no granilite da bancada, nos frontões e também na fórmica dos armários. A escada aparente com um pequeno jardim autônomo embaixo, aproveitando a luz do vidro lateral, e os elementos soltos projetados para os eletrodomésticos dão maior amplitude ao espaço.
No pavimento inferior da casa, onde antes havia uma churrasqueira e um pátio pouco utilizados, foi feito um jardim e um deck de madeira com chuveirão, além de um módulo lavanderia de concreto bastante funcional, que pode ser “camuflado” quando fechado com os painéis ventilados de Muxarabi. A antiga lavanderia se transformou em uma suíte com acesso independente para a filha mais velha. Um anexo com bancada e banheiro generosos, e vista para o novo jardim. O caixilho interno organiza o espaço mantendo sua amplitude visual.
No andar superior, uma grande área apenas de circulação foi incorporada aos novos ambientes propostos. Três pequenos cômodos se transformaram em um escritório aberto e uma ampla suíte. Uma passarela metálica foi anexada, criando um acesso entre o quarto da filha, transformado em suíte com a construção de um banheiro que serviu de cobertura para a entrada no térreo, e o escritório onde ela estuda. É também um espaço para aproveitar os dias de sol.