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Arquitetos: Diana Barros Arquitectura
- Área: 945 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Ivo Tavares Studio
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Fabricantes: Aleluia Cerâmicas, Kerakoll, MARAZZI, O/M Light - Osvaldo Matos, Valadares, Zangra
Descrição enviada pela equipe de projeto. Construído em meados do século XIX para alojar um nobre duriense, a notoriedade do edifício consolidou-se no tempo através da decoração minuciosa das carpintarias, enquadradas no rigor compositivo da fachada oitocentista, e da incrível escadaria existente no núcleo do edifício, que se prolonga até ao último piso e é rematada pela claraboia central.
Encarnou vários usos ao longo do tempo, de hotel preparado para receber imperadores, a sede de um movimento de resistência ao Estado Novo, da casa do Cineclube do Porto a escola de condução. O programa proposto implicou faze-lo encarnar um outro: habitação coletiva com comércio e serviços no piso térreo. Talvez mais pedestre, mas não menos arrojado, dada a dominância do uso turístico na zona.
O projeto procurou respeitar a incrível polivalência de um edifício que já foi quase tudo, mantendo a organização das áreas comuns e acessos, o cuidadoso trabalho decorativo que sobreviveu nas cantarias da fachada e nas carpintarias interiores e exteriores e o sistema construtivo usado nas lajes e escadaria central. A tensão entre a escala do edifício original e os usos domésticos agora introduzidos é acentuada pelo desenho elementar dos novos elementos, enfatizando as texturas e cores dos materiais.
O objetivo fundamental foi criar um conjunto robusto e coerente, funcionalmente integrado mas adaptável e capaz de rentabilizar os recursos naturais e humanos investidos na sua reabilitação, prolongando a sua vida útil e preparando-o para mais século e meio de uso e outras tantas encarnações.