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Arquitetos: Apaloosa Estudio de Arquitectura y Diseño
- Área: 119 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Jaime Navarro
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Fabricantes: CEMEX TUXTLA, CORDOVA vitrum, Interceramic | 16 Poniente Norte #519, beGO
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em um terreno de 10 por 20 metros e com um programa de 3 dormitórios, 2 banheiros, sala, cozinha integrada, área de serviço e garagem, tudo em um único andar, foram criadas atmosferas endêmicas que permitem o lazer e descanso de seus usuários. A partir de um processo construtivo exposto e com uma introspecção declarada desde sua fachada, a luz natural é a protagonista do projeto.
O limite financeiro dos clientes permitiu que criássemos uma estratégia construtiva simples, rápida e, acima de tudo, de baixo custo, que também evitasse manutenções futuras. A casa é confinada com paredes de bloco alveolar e com uma cobertura interna de Domotej, uma patente da Universidade Autônoma de Chiapas voltada para a autoconstrução. Desde sua implantação, a casa se comporta como um cone de absorção e distribuição de luz e vento, do centro para suas áreas de estar, alcançando um conforto térmico ótimo. A casa se abre e fecha a partir de seus pátios e entre as áreas internas, desempenhando a função de um grande salão, onde todos os espaços podem ser revelados apenas abrindo portas e painéis. Um dos principais desafios da obra foi o planejamento e logística da tubulação para instalações, levando em consideração que, ao ter toda a estrutura aparente, não era possível fazer rasgos nas paredes e lajes.
O projeto segue o conceito de sustentabilidade, a partir de estratégias bioclimáticas passivas e ativas. No primeiro aspecto, começa-se com a estratégia de implantação e distribuição das áreas da casa, cada zona se orienta visual e diretamente para o corredor central aberto, aproveitando a circulação constante de ar e luz natural sem incidência direta de calor solar. Quanto às estratégias bioclimáticas ativas, as aplicações são diversas: desde o uso da cobertura através do sistema Domotej da Universidade Autônoma de Chiapas, até a captação de águas pluviais, assim como o redirecionamento do escoamento do lençol freático dos vizinhos de cima na área posterior.
A solução nasce a partir da implantação e distribuição. É bem sabido que uma construção com pátio central cria seu microambiente, e aqui não foi exceção, mesmo lidando com o fator limitante das dimensões mínimas do terreno. O pátio central, que desempenha funções de corredor e jardim, absorve, canaliza e distribui vento e luz para todas as áreas da casa, além de proporcionar vistas para os jardins endêmicos a partir de cada quarto e da área social. A única mudança de nível ocorre a partir de uma preexistência do corte do terreno, o que nos permitiu deixar alocar os carros embaixo e não ao nível da casa.
Uma única placa de fundação em concreto armado serviu de origem para paredes e pilares. O correto planejamento e corte dos blocos aparentes evitou cortes e, consequentemente, desperdícios. Os pilares são embutidos nos alvéolos do bloco e confinam com maior rigidez as paredes. O único concreto armado aparenta está na viga de fechamento superior, onde repousam os montantes que recebem e são responsáveis por suportar a cobertura de Domotej.
Um fator muito interessante do projeto é justamente sua cobertura de Domotej, uma estratégia de autoconstrução projetada pelo Dr. Gabriel Castañeda e doada à Universidade Autônoma de Chiapas. O Domotej é um módulo de 1 por 1 metro que, devido à sua geometria côncava de base quadrada, permite suportar lajes de concreto armado com malha eletrosoldada para piso. Entre o Domotej e a placa de concreto, são deixados blocos de poliestireno ou PET que servem como enchimento e isolamento térmico e acústico. Os módulos de Domotej repousam em um par de vigas gêmeas a cada metro, que por sua vez se conectam com as paredes das extremidades que, por sua vez, são feitas de blocos alveolares de 20x20x40 centímetros, que funcionam como um anel integral para os pilares embutidos nas esquinas e a cada 1,5 metros.