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Arquitetos: F5 Proyectos y Arquitectura
- Área: 500 m²
- Ano: 2021
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Fabricantes: Forma 5, Normalit, VIVES CERAMICA
Descrição enviada pela equipe de projeto. Num mundo digital em que o acesso à informação, a conectividade de processos e pessoas e a velocidade de transformação impactam os modelos tradicionais de escritórios e estúdios, achamos necessário apostar em fórmulas mais integradas e colaborativas, horizontais e intergeracionais, que facilitem todo tipo de experiências e usos relacionados com a vida no ambiente de trabalho.
Desde os tempos de Tibério, os estufas têm sido apresentadas como espaços onde a arquitetura se coloca a serviço da inovação e pesquisa em processos de produção. No século XIX, suas grandes estruturas abobadadas de vidro, metal e luz também foram abertas ao público como lugares de encontro e lazer.
A fusão desses conceitos dentro de um desses espaços que a cidade esconde em suas entranhas, uma antiga oficina abandonada de carros no centro de Oviedo, nos ofereceu a oportunidade de imaginar um novo quadro de referência para o desenvolvimento de nossa própria atividade, como estúdio de arquitetura, e junto a nós, a de profissionais, entidades, grupos e iniciativas cidadãs, gerando um habitat de interações laborais e socioculturais dinâmico e sustentável.
Dividimos o espaço retangular do local em três partes: a primeira e mais próxima da rua, projetada para salas e espaços de reunião de uso interno ou externo; a área central, onde ao redor do núcleo de serviços (banheiro, copa), é oferecida a possibilidade de se reunir para uma conversa, um café ou uma exposição; e, por fim, sob a abóbada da antiga oficina, concebida como um lugar onde a luz e o tempo que banham suas paredes convidam ao trabalho, à leitura, à reflexão ou à celebração, num ambiente flexível com mesas para trabalho aberto, boxes para reuniões ou gravações e uma biblioteca em mezanino que pode se transformar, por exemplo, em sala de descanso ou plataforma para tocar música.
Paralelamente ao orçamento, propusemo-nos a utilizar o menor número de materiais que, criando um ambiente acolhedor e agradável, dessem todo o protagonismo à atividade e aos usuários. A paleta foi reduzida a 5 elementos: o concreto do piso como lembrança do passado industrial da oficina, a madeira de abeto nas divisões e mobiliário, que proporciona um toque acolhedor às superfícies, o vidro como estratégia de coesão e transparência, e a luz e o verde das plantas naturais como elementos de identidade e fonte de energia. O resultado, acima de tudo, é a ilusão, o maior motor da atividade econômica e humana que podemos alimentar.