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Arquitetos: VAGA
- Ano: 2021
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Fotografias:Carolina Lacaz
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado no interior do FAMA Museu, em Itu - São Paulo, o projeto para a Cozinha São Pedro, desenvolvido pelo escritório VAGA Arquitetura, buscou criar um espaço acolhedor para um restaurante que também pudesse ser utilizado como área de eventos. Os arquitetos tiveram como ponto de partida a criação de um ambiente com linguagem contemporânea, adaptando as construções existentes para um novo uso proposto, estabelecendo um diálogo respeitoso com o patrimônio e com as obras de arte espalhadas pelo complexo de 25 mil m² ocupado pelo FAMA Museu.
A Cozinha São Pedro está situada em dois galpões e abriga um bistrô e restaurante. A nova arquitetura propõe uma experiência única aos visitantes a partir de uma intervenção simples e impactante que cria um espaço propício ao encontro e interação dos visitantes tendo a edificação histórica como protagonista. Da arquitetura original, destacam-se as paredes estruturais em tijolos de barro aparentes e os arcos nas passagens, que estavam fechados devido a reformas passadas. Com sua reabertura, a conexão física e visual entre os galpões foi reestabelecida.
Destacam-se o piso e balcão em concreto aparente, assim como os novos ambientes, compartimentados a partir de paredes revestidas em pastilhas na cor branca. Com exceção do balcão monolítico que atravessa um dos arcos, todo o mobiliário não fixo permite a flexibilidade do layout, tornando o espaço capaz de abrigar usos para além do restaurante, como eventos do museu ou independentes.
Além do aspecto funcional, a iluminação foi tratada como um elemento aéreo associado ao balcão fixo que reforça a conexão e integração entre os espaços. As luminárias, com esferas pendentes em acrílico branco fosco, são elementos marcantes no projeto.
Os arquitetos trabalharam junto com a equipe de restauro do museu para compreender os elementos relevantes presentes nas construções e recuperá-los de forma que a arquitetura original fosse enaltecida, ao mesmo tempo que possibilitasse a criação de novos usos e espaços. Quanto ao paisagismo, a ideia foi trazer, de forma pontual, os jardins de fora para dentro do espaço sem prejudicar a flexibilidade de layout.
O principal diferencial deste projeto é como a nova arquitetura foi capaz de promover um diálogo entre épocas, utilizando-se de artifícios simples, porém eficientes, capazes de estabelecer uma comunicação física e poética entre os espaços. O projeto deixa claro essa sobreposição de tempos e não visa mimetizar a nova arquitetura à existente, deixando claro o que é novo e o que é antigo ao expectador, ao mesmo tempo que propõe uma coexistência harmônica entre os elementos.