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Arquitetos: 5468796 Architecture
- Área: 530 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:James Brittain
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em um subúrbio conservador de Winnipeg, Canadá, do início do século XX, com predominância de moradias tradicionais em estilo pradaria, nossos clientes buscavam uma casa onde pudessem envelhecer e desfrutar de um alto grau de privacidade. A Casa Veil é organizada em uma malha formada por nove quadrados em torno de um pátio central. Com isso, a residência é configurada como uma série de espaços de convivência abertos e fluídos (sala de estar, jantar, cozinha, circulação), enquadrados pelos blocos sólidos (banheiro, lavanderia, lareira, depósito, espaço para eletrodomésticos). Essa interação elimina a necessidade de paredes e portas. A configuração única permite que todos os espaços de convivência sejam definidos espacialmente e, ao mesmo tempo, conectados visual e acusticamente. Espaços com tetos inclinados (cozinha + sala familiar), com pé-direito duplo (sala de estar) e volume aberto (pátio) - desfocam a malha em algumas seções e criam um quarto principal privativo no andar superior.
A casa está situada no nível do solo - algo raro para uma cidade com grande quantidade de neve - com uma rampa interna que permite acesso universal aos dois andares. Essa característica flutuante ascende desde o nível principal, permitindo a entrada de luz natural no subsolo e servindo como saída de emergência. A fixação do piso principal no nível do solo resulta em uma extensão perfeita dos espaços internos até o pátio e quintal circundante. Os blocos e a rampa são cobertos por um "véu". Apoiado pelos blocos das áreas molhadas, o véu segue a rampa, começando no nível do solo e subindo em espiral, se desprendendo da parede para delimitar o pátio privativo no topo da garagem, filtrando a luz nos lados oeste e sul da casa, ao mesmo tempo em que cria privacidade. O véu continua, cobrindo os acessos e voltando à casa para completar a espiral. Perfurado estrategicamente quando encontra janelas e varandas, este elemento gera uma sensação de encanto e curiosidade para quem está na rua, filtrando elegantemente a luz solar para o interior, permitindo que os ocupantes vejam o mundo externo sem serem vistos.
O véu flutua delicadamente no espaço, fixado nos suportes de aço em balanço. O resultado é uma forma "pixelada" que, se colapsada de volta à superfície plana de uma forma retangular, retornaria ao seu padrão uniforme e convencional de tijolos intercalados. Ela se descola estrategicamente da casa para criar espaços intersticiais em ambos os andares. O aço envelhecido possui uma pátina aveludada que apresenta uma sensibilidade material aguçada, ao mesmo tempo em que confere à casa uma presença contida. Sua durabilidade é garantida pelo clima seco e frequentemente ensolarado de Winnipeg. Embora o material seja estranho ao bairro, a geometria é familiar, refletindo os telhados altos e inclinados dos vizinhos neogóticos e neo-georgianos. A Casa Veil funciona tanto como arquitetura quanto como escultura, estabelecendo conexões entre arquitetura e indústria, estrutura e decoração, refúgio e expressão.