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Arquitetos: Atelier d'Arquitectura Lopes da Costa
- Área: 853 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Ivo Tavares Studio
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Fabricantes: Cosentino, Amop, JNF, Ofa, Primus Vitória, Rend Light Studio , Rubicer, Sanindusa, Sosoares, Tromilux
Descrição enviada pela equipe de projeto. A intervenção localizada na rua de D. João IV, no coração da cidade do Porto, teve como objectivo converter um conjunto de dois edifícios, de cave e três pisos, em 10 apartamentos de diferentes tipologias, usufruindo dos generosos espaços ajardinados localizados no interior do terreno.
A intervenção pretendeu salvaguardar o carácter e personalidade da preexistência, dotando-a de melhores condições de habitabilidade e conforto, conjugando e recuperando o essencial do existente e adaptando os espaços às funcionalidades e vivências contemporâneas, através de novas soluções, materiais e acabamentos.
A entrada é feita pelo edifício a norte, que, a partir da sua caixa de escada, permite o acesso a todos os apartamentos, sendo possível aceder ao edifício a sul, através dos patamares intermédios, pois a diferença de cota entre os dois é de cerca de meio piso. O edifício norte encontrava-se em melhor estado de conservação, pelo que a intervenção passou sobretudo por construir novas cozinhas e novas instalações sanitárias. As demolições, resumiram-se, pois, a algumas paredes e vãos interiores, tendo sido mantidos e recuperados, na medida do possível, toda a estrutura em madeira, os pisos em soalho, a cobertura, os tectos trabalhados, frisos, guarnições, rodapés, paredes e caixilharias interiores, salvaguardando o carácter e a memória do existente. No edifício a sul, que se encontrava muito degradado e cujo interior era quase inexistente, manteve-se o essencial das paredes exteriores, reconstruindo todo o interior com maior liberdade espacial, mantendo a fachada Poente, voltada à rua de D. João IV. Em contrapartida, nas fachadas viradas ao logradouro, que se encontravam bastante adulteradas e degradadas, optou-se por uma linguagem mais contemporânea uniformizando a intervenção como um conjunto mais homogéneo. Optou-se ainda, em ambos os edifícios, por fazer o aproveitamento dos vãos de telhado, com a construção de mezaninos permitindo a criação de espaços polivalentes complementares, iluminados e ventilados por clarabóias.
O conjunto ficou enriquecido com a requalificação do logradouro de usufruto comum, a que todos os apartamentos têm acesso. A norte propôs-se a criação de um espaço exterior coberto, de forma a diminuir o impacto visual e volumétrico das construções vizinhas. A sul requalificou-se parte da construção anexa existente, onde se localizou uma sala de condomínio com copa e banho de apoio.
Finalmente, a uma cota mais alta e por isso com óptima exposição solar, localizou-se uma piscina e respectivos espaços de apoio, enquadrados numa generosa área verde e de onde se pode usufruir de uma vista única sobre a cidade.